📅 Publicado em 04/12/2025 16h45✏️ Atualizado em 04/12/2025 16h47
O Instituto das Irmãs Pequeninas do Sacratíssimo Coração de Jesus prepara mais uma edição do Natal Solidário, ação que se tornou tradicional no Km 7, no Núcleo Nova Marabá. A festa, organizada em alusão ao Natal, está marcada para 14 de dezembro, a partir das 9 horas, na casa das irmãs, e reunirá evangelização, brincadeiras, lanche e distribuição de presentes para a criançada.
O Correio de Carajás esteve na casa das religiosas na tarde de quarta-feira (3) e conversou sobre a iniciativa que ocorre três vezes ao ano. Nábia Pinheiro relatou que elas fazem esse momento três vezes ao ano, na Páscoa, no Dia das Crianças, e no Natal.
Segundo ela, são datas em que as pessoas, sobretudo as crianças, têm desejo de receber uma lembrancinha, seja uma boneca, seja um carrinho. Para além dos brinquedos, a religiosa destaca que os encontros também têm caráter educativo e espiritual. “Nós fazemos essas datas e aproveitamos o momento para evangelizar a respeito do que se vive na época. Na Páscoa, nós falamos sobre a ressurreição de Jesus, no Dia das Crianças falamos sobre Nossa Senhora Aparecida e no Natal sobre o nascimento de Jesus”, pontua a irmã.
Leia mais:Mais que um momento de partilha, a ocasião frisa um acolher entre as famílias, principalmente as crianças, mostrando o real motivo para cada data, a fim de que entendam a verdadeira alegria das festividades. “Aproveitamos um momento de catequese, mas organizamos algo de forma concreta”, destaca.
ARRECADAÇÃO AMPLIADA E “ADOÇÃO” DE CRIANÇAS
Neste ano, as Irmãs Pequeninas esperam receber o dobro de crianças atendidas que em 2024. “Ano passado conseguimos 100 brinquedos e nós tivemos em torno de 100 crianças, mas nesse queremos dobrar a meta e arrecadar 200 brinquedos”, avalia.
Entre os pontos de arrecadação estão o espaço integrativo Kintsugi, localizado no bairro Belo Horizonte (Cidade Nova), a Central Importados, na Avenida Antônio Maia (Velha Marabá), a loja Big Bazar, na Folha 12 (Nova Marabá), e o Império dos Bolos, no Km 7, também na Nova Marabá. As doações podem ser realizadas até a próxima sexta-feira, dia 13.
As contribuições incluem brinquedos, roupas, alimentos, lanches e cestas básicas. Uma novidade é a possibilidade de adotar simbolicamente uma criança, escolhendo um presente adequado à faixa etária. Os contatos para quem deseja participar são: (94) 99138-7428, falar com Nábia Pinheiro, ou (94) 98422-9423, Instituto Irmãs Pequeninas.
O evento acontece tradicionalmente na casa das religiosas, local que sempre desperta curiosidade entre as crianças. “Eles gostam de vir aqui em casa porque parece um lugar secreto. Ninguém pode entrar, mas quando é nesse dia todos querem vir”, revela a irmã, sorrindo.
A casa é decorada especialmente para a ocasião e a festa envolve também mães, avós e outros familiares.
IRMÃS PEQUENINAS E O TRABALHO SILENCIOSO
Fundado no Maranhão, o Instituto das Irmãs Pequeninas do Sacratíssimo Coração de Jesus atua em Marabá desde 2011. Além das ações sociais, elas contribuem diretamente nas atividades pastorais da Paróquia São José Operário.
Trabalham com batismo, catequese e apoio às pastorais, além de levar música, canto e dança a diversas paróquias da região. “Nós temos um lado social e um lado musical. Ajudamos no trabalho voluntário, e também na música. Esse lado é algo muito forte no nosso carisma”.
Em Marabá, a casa das irmãs serve como casa de missão e também como espaço de formação religiosa. Jovens aspirantes passam um ano vivendo com a comunidade, estudando e participando das missões. “É um tempo de aprendizado, de autoconhecimento e de enamoramento com o carisma”, esclarece a irmã.
Após essa etapa, as jovens seguem para o postulantado, depois o noviciado e, por fim, professam os votos religiosos.
A ROTINA DAS RELIGIOSAS
A rotina das religiosas inclui oração, estudo, silêncio, missão pastoral e formação das jovens. “Nós acordamos cedo para rezar. Depois das atividades da casa, nós temos um tempo de silêncio, que é onde a gente vai fazer adoração ao Santíssimo Sacramento”, relata.
Mesmo inseridas na vida religiosa, as irmãs mantêm hábitos comuns à juventude. “Procuramos viver a nossa vida de maneira que nós sejamos coerentes com a nossa vocação, mas que também não torne a vida religiosa uma vida que impeça de viver a nossa vida”, comenta.
Perguntada sobre ser inspiração a tantas jovens, a religiosa é direta: é uma responsabilidade. “Precisamos ser coerentes em como vivemos, pois o olhar dos outros faz com que as pessoas enxerguem Deus”.
UM NATAL QUE TRANSFORMA
Para a irmã Nábia, oferecer um Natal acolhedor às crianças é motivo de alegria e renovação. “Entendemos que quanto mais conhecemos à Deus, mais o nosso coração se abre para amar ao próximo. Nós sempre nos sentimos movidas a oferecer a comunidade que nos acolhe alguma contrapartida do que podemos”, diz.
Para a religiosa, a ação solidária é uma forma de manifestar o amor de Deus para o outro. “São Tiago diz: você fala para o seu irmão ‘vai e se veste’, mas você não fez nada por ele. A necessidade ele já tem”, conclui.
A religiosa resume o sentimento que move a ação solidária. “Às vezes precisamos fazer com que o nosso amor seja concreto e material”. Para elas, a atividade é uma extensão prática do ser religiosa, de viver nesse amor de Deus e ajudar o próximo.