📅 Publicado em 04/12/2025 10h52
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) teve as contas do primeiro e segundo quadrimestre do ano reprovadas pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS). Isso ocorreu porque os conselheiros encontraram irregularidades na aplicação dos recursos, inclusive vários aditivos de tempo e principalmente de valores foram feitos sem passar pelo conselho. E no meio disso tudo tem até dinheiro gasto com “aluguel fantasma” de um galpão para almoxarifado da SMS.
“Foram verificados dois alugueis de galpões, que seriam utilizados para almoxarifado. O que surpreendeu a comissão foi um aluguel no valor de mais de R$ 20 mil, praticamente três vezes o valor do outro aluguel, o qual vem sendo pago pela Secretaria de Saúde há seis meses, sem nenhum tipo de utilização. A comissão entendeu que isso é um dano ao erário”, explica Diórgio Santos, vice-presidente do CMS.
Nossa equipe de reportagem esteve no local, que fica no Bairro Novo Planalto (Núcleo Cidade Nova). O galpão, de fato, existe, mas não está servindo para nada, por enquanto. O que se vê lá são trabalhadores de uma empresa contratada que parecem ainda estar preparando o espaço, embora a prefeitura já venha pagando mais de R$ 20 mil/mês nos últimos seis meses.
Leia mais:Inclusive, a própria secretária municipal de Saúde, Lícia Souza, postou em suas redes sociais uma imagem do interior do galpão com a seguinte legenda: “Conferi o andamento da adequação de espaço para instalação do nosso almoxarifado”. Ou seja, as adequações agora que começaram, depois de todo esse tempo que a prefeitura vem pagando pelo aluguel.
MAIS PROBLEMAS
O fato por si só já é grave. Mas além disso, segundo o Conselho, as prestações de contas não foram apresentadas dentro do prazo regulamentar, o que compromete a análise dos dados financeiros e operacionais da SMS.
“O colegiado, na sua maioria, decidiu pela reprovação, considerando que o Conselho de Saúde precisa estar ciente de tudo que vem sendo tratado e que envolve os recursos públicos”, afirma Ana Lúcia Almeida, presidente do CMS.
Já o médico Daniel Azevedo, que também integra o Conselho Municipal de Saúde, foi ainda mais enfático. “A gente pode falar de modo geral que o secretário (de Saúde) prestou um desserviço à população e ao serviço público, porque ele simplesmente passou por cima de todas as normas legais”, explica, ao denunciar: “Ele fazia licitação sem aprovação do conselho”.
As contas reprovadas dizem respeito à gestão do ex-secretário municipal de Saúde, Webert Ribeiro Carvalho, que foi exonerado do cargo no dia 30 do mês passado e deixou a cidade no mesmo dia, rumo a São Paulo.
Mesmo assim, ele ainda poderá ser responsabilizado. Isso ocorre porque o Conselho vai encaminhar o parecer, expondo os desmandos e possíveis improbidades da pasta, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. “Ele (secretário) pode ser acionado e, mesmo não sendo mais servidor público, acaba respondendo”, explica Diorgio Santos.
No final da manhã, nós entramos em contato, via WhatsApp, com a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) para saber se a prefeitura vai se manifestar sobre a reprovação das contas devido a essas irregularidades, mas até o início da noite não recebemos resposta.
