Correio de Carajás

Com trânsito em colapso, vereadores exigem transparência do Dnit

Condutores enfrentam longas e demoradas filas durante o dia para passar pela única ponte em funcionamento Fotos: Evangelista Rocha

A Câmara Municipal de Marabá pressionou, na sessão ordinária desta terça-feira (2), por explicações claras e imediatas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre a real situação da ponte sobre o Rio Itacaiunas, interditada desde 23 de novembro. Os vereadores exigem não apenas um laudo detalhado sobre as deteriorações que motivaram o bloqueio, mas também um cronograma oficial de ações para restaurar a travessia, cuja ausência tem provocado congestionamentos massivos, atrasos, acidentes e até mortes, afetando diretamente a rotina da cidade.

A ponte interditada liga Nova Marabá à Cidade Nova e é um dos principais eixos de circulação do município. O fechamento, decidido após análise técnica do Dnit, ocorreu devido à identificação de problemas estruturais capazes de colocar em risco quem utiliza o trajeto diariamente. Desde então, o trânsito foi comprimido para a ponte paralela, criando um gargalo que se tornou um dos piores já registrados na mobilidade urbana local.

Equipamento tecnológico analisa as condições em que se encontram a estrutura da ponte bloqueada

A vereadora Vanda Américo (União), que vive na Marabá Pioneira e utiliza a ponte diariamente, foi a primeira a subir à tribuna para denunciar o agravamento do caos viário. Segundo ela, a população está sendo empurrada para um cenário de desinformação e insegurança. Vanda criticou especialmente a falta de uma sinalização adequada e de avisos prévio ao bloqueio.

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“Não adianta bloquear a ponte sem sinalizar corretamente o trecho anterior ao perímetro fechado. Temos recebido dezenas de reclamações, e isso mostra que essa transição foi mal planejada. Precisamos de uma resposta urgente e de medidas efetivas que diminuam esse transtorno”, cobrou.

Para Jocenilson Silva (PRD), agente de trânsito de profissão, o problema não é apenas o fechamento, mas a ausência de diálogo e coordenação entre os órgãos envolvidos. Ele alertou que a população está sendo forçada a se adaptar a uma logística improvisada, enquanto acidentes se tornam cada vez mais frequentes.

“Essa situação é extremamente preocupante. As pessoas ainda tentam entender um novo fluxo que não foi explicado nem organizado. Enquanto isso, o pior tem acontecido: acidentes, impaciência, risco constante. Precisamos que os organismos competentes construam uma solução emergencial antes que o caos se torne insustentável”, afirmou.

O vereador Márcio do São Félix (PSDB) reforçou que o problema é ainda mais sério por Marabá ocupar uma posição estratégica na região. Milhares de veículos cruzam diariamente a ponte, e reduzir a travessia a apenas uma ligação é, para ele, inviável.

Uma espécie de “marca passo” foi colocada na pilastra da ponte para sondagem

“Desde o dia 23, a vida dos condutores simplesmente desmoronou. O impacto é enorme. Afeta moradores, comerciantes, trabalhadores, visitantes. A Câmara tem a obrigação de buscar alternativas e seguir cobrando do Dnit rapidez e eficiência. Não existe justificativa para prolongar esse sofrimento coletivo”, argumentou.

Encerrando o debate, o presidente do Legislativo, Ilker Moraes (MDB), informou que já solicitou formalmente uma reunião urgente com o Dnit e a Polícia Rodoviária Federal. O objetivo é obter todas as informações técnicas sobre a gravidade da estrutura e, sobretudo, estabelecer um plano de ações com prazos definidos. Ilker destacou que, além do colapso no trânsito, a ponte interditada já foi palco de acidentes graves, inclusive fatais.

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“Nesse período em que a ponte está fechada, muitos acidentes têm acontecido naquele perímetro. A situação é séria demais para depender apenas de notas oficiais vagas. Precisamos de respostas concretas e de um plano claro. A população exige e tem direito a isso. Esperamos que, o mais breve possível, tenhamos uma solução conclusiva para tudo o que está acontecendo naquele trajeto”, concluiu. (Fonte: CMM)