📅 Publicado em 14/11/2025 17h14
Gigliola Sena Silva, 30 anos, e Wanderson Silva de Sousa, 28 anos, foram os responsáveis por indicar à Polícia Civil de Xinguara o local onde estava enterrado o corpo do contador Victor Augusto da Rocha Arnaud, de 53 anos. A vítima foi encontrada na tarde de ontem, quinta-feira (13), no quintal da própria casa. Victor estava desaparecido há 14 dias.

O cadáver foi desenterrado mutilado. Cabeça, braços e pernas haviam sido decepados. Também havia perfurações provocadas por arma branca na região do tórax. Os pés não foram encontrados no local. A cena chocou até mesmo os investigadores, dada a brutalidade e a frieza demonstradas no crime.
A localização ocorreu após ambos apontarem, em depoimentos separados, o ponto exato no quintal da residência.
Leia mais:Gigliola, que está em um presídio de Carolina, no Maranhão, foi a primeira a ser ouvida, por videoconferência, pela equipe da Polícia Civil de Xinguara, no Pará.
Apesar de afirmar que não participou da morte de Victor e tentar atribuir a culpa ao companheiro, foi ela quem mostrou, por chamada de vídeo mediada pelo advogado, o local exato onde o corpo estava enterrado.
Wanderson, ouvido em seguida, inicialmente queria permanecer em silêncio, mas, ao ser informado do depoimento de Gigliola, também confirmou o local. Gigliolla é mãe de uma menina de cinco anos, filha da vítima.
Nesta semana, passou a circular em redes sociais imagens onde mostram Victor Augusto em um estabelecimento comercial durante o horário de almoço no dia 30, com o casal e a criança. Informação confirmada pela polícia à reportagem. À polícia descarta a participação de uma terceira pessoa no crime e informou que ambos também são investigados por um crime da mesma natureza no município de Tucumã.
O casal está preso temporariamente no Maranhão desde o dia 7 e teve a transferência para o Pará autorizada pela Justiça. A expectativa é que eles sejam encaminhados ao sistema prisional de Marabá em breve. Ambos responderão pelos crimes de latrocínio e ocultação de cadáver perante a Justiça de Xinguara.
As informações foram confirmadas ao Correio de Carajás pelo investigador Sílvio Dourado, da Polícia Civil de Xinguara, em entrevista nesta sexta-feira (14).
Ele, juntamente com o investigador Igor, estiveram no Maranhão para buscar o veículo da vítima, um Jeep Renegade, que foi apreendido, periciado e posteriormente levado de volta ao município.
O caso está sob responsabilidade do delegado Max Miller, que trabalha com a linha de investigação de que o crime possa ter sido motivado por latrocínio, roubo seguido de morte.
Contexto e linha do tempo
Um amigo que mantinha contato diário com Victor estranhou quando o contador deixou de responder às mensagens. No dia 4 de novembro, Victor teria pedido R$ 1.600 a um conhecido, alegando que o valor seria usado na festa de aniversário da filha, comportamento incomum, já que ele era estável financeiramente e não costumava solicitar empréstimos.
Na mesma data, uma foto do cachorro de Victor dentro de um carro foi postada nas redes sociais da vítima. A situação chamou atenção porque ele não costumava viajar com o animal, que foi encontrado posteriormente amarrado próximo à rodoviária de Xinguara.
Em 5 de novembro, uma colega de trabalho recebeu uma mensagem supostamente enviada por Victor, acompanhada de uma foto de visualização única mostrando parte de um braço que não parecia ser dele, o braço estava depilado, enquanto Victor tinha muitos pelos.
O desaparecimento ocorreu no dia 30 de outubro. Victor havia sido visto pela última vez na companhia de Gigliola e Wanderson. O casal foi preso em 7 de novembro, em Estreito (MA), após tentar atravessar o Rio Tocantins de balsa no carro da vítima. O veículo foi localizado graças ao trabalho da PRF e da Inteligência da Polinter/Pará.

Durante buscas na casa de Victor, a polícia encontrou sangue em lençóis, em um colchão e sinais de desordem no imóvel. Uma câmera de segurança da cozinha estava caída no chão e sem cartão de memória, indicando possível tentativa de destruição de provas.
