🧶 Mais de 200 artesãos do Pará se uniram para cobrir um trecho da travessa Ocidental, uma rua do centro histórico de Belém, dentro do Complexo do Ver-o-Peso.
A intervenção artística começou a ser instalada nesta quarta-feira (12) sobre 60 metros da via, que fica ao lado do Mercado de Carne Francisco Bolonha. A iniciativa quer embelezar a cidade e envolver a comunidade durante a Conferência das Partes (COP 30), quando Belém recebe visitantes do mundo todo, principalmente nos pontos turísticos da região.
“A ideia é dar visibilidade aos artesãos. Nós temos mães atípicas; mães solo; aquelas pessoas que trabalham por puro prazer; as que levam a renda para dentro de casa; as pessoas que trabalham com tratamento oncológico e contra a depressão”, contou Patrícia Resque, empreendedora no ramo e idealizadora do movimento Ver a Arte, que promove a ação.
Leia mais:Cada participante produziu à mão os “squares” (quadrados de crochê), que foram unidos para formar a grande rede. No total, os artesãos usaram mais de mil novelos de linha com 500 metros.
🙋♀️ O projeto foi desenvolvido em apenas um mês, com toda a confecção realizada em tempo recorde e de forma voluntária pelos participantes.
O objetivo principal da iniciativa é resgatar a autoestima dos envolvidos e fazer com que a população se sinta parte do momento em que Belém é a capital do Brasil e destaque nas discussões mundiais sobre o clima.
“Não tem como falar de sustentabilidade sem falar em crochê. Vai além do impacto social. Todos os fios usados aqui são 100% algodão e evitam as temperaturas elevadas, o calor, e também causam menos impacto ambiental”, explicou a crocheteira e embaixadora do projeto, Mayla Coelho. Ela usou sua influência nas redes sociais para ajudar a convocar os mais de 200 artesãos.

🥰 Nesta trama, o crochê também tem um papel fundamental: atua como uma ferramenta terapêutica e influencia diretamente a saúde mental de quem se debruça nesta arte.
“Quando a Patrícia começou o movimento eu entrei com tudo, claro, porque é uma terapia, mexe com cérebro, com as articulações, com tudo. Então foi maravilhoso participar. […] Estamos erguendo tudo e vai ficar show para nossa cidade, para nossa Belém, para nossa terra. As crocheteiras do Pará precisam disso, que valorizem esse trabalho que é lindo”, compartilhou a artesã Ângela Sueli, de 66 anos.
🥳 O projeto também foi uma oportunidade para desafiar os próprios limites e conhecer novos potenciais.
“Eu nunca tinha feito nada em linha, eu só fazia em fio de malha. Mas aí, quando apareceu o projeto, me desafiei e consegui fazer três! Eu fiquei muito feliz, muito feliz mesmo”, comemorou empolgada a iniciante em crochê, Simone Gomes, aos 52 anos.
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Já a experiente crocheiteira Sueli Lima, paraense que trabalha no ramo há décadas e mora no Rio de Janeiro, veio a Belém para o Círio. Ela leva a cultura e os símbolos do Pará, especialmente da Festa de Nazaré, aos fluminenses. Mas dessa vez, Sueli, que também contribuiu na ação com “squares”, escolheu prolongar a estadia.
“Fiquei aqui para COP, para participar. […] Maravilhosa a nossa cidade, ‘né’? Temos que prestigiar os paraenses”, deu o recado.
“A ideia é cobrir toda uma rua com o colorido que o paraense tem, com a alegria que temos para mostrar às pessoas. Também resgatamos a ancestralidade, porque [a arte do crochê] passa de mãe para filha, dos pais para os filhos. O ambiente traz a memória afetiva”, completou Patrícia Resque.
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Dentro das possibilidades como uma iniciativa independente, para garantir certa segurança em relação à fiação elétrica, a rede foi estendida em uma altura consideravelmente baixa. Os artesãos solicitaram apoio da prefeitura para que uma equipe melhor equipada possa ajudar a subir a rede, o que garantirá o fluxo livre de caminhões.
(Fonte:G1)
