📅 Publicado em 12/11/2025 09h23
No segundo dia da COP30, o evento “Cidades em Rede: Governo Local das Cidades Brasileiras Membro da Rede Global C40 Debatem Estratégias para Acelerar e Escalar a Implementação Climática” reuniu gestores e especialistas para discutir o papel dos municípios na resposta à crise climática. A atividade, realizada no Pavilhão Brasil, localizado na Zona Azul, foi marcada pelo intenso calor, que levou os participantes a se abanarem enquanto debatiam as mudanças climáticas.
A Rede Global C40, que congrega mais de 100 metrópoles comprometidas com a agenda climática, foi apresentada como um modelo de articulação intergovernamental. No Brasil, municípios como Fortaleza e Rio de Janeiro integram o grupo e desenvolvem políticas que servem de inspiração para novas estratégias de ação climática urbana.
Maurício Guerra, diretor de Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, enfatizou o protagonismo das cidades no debate. “As cidades representam apenas 3% da superfície terrestre, mas respondem por 70% das emissões globais de gases de efeito estufa”, alertou, acrescentando que o Brasil já registrou um aumento médio de temperatura de 3 °C na última década.
Leia mais:Na ocasião, Guerra apresentou o Programa Cidade Verde Resiliente, uma iniciativa federal desenvolvida em parceria com a C40 para acelerar a ação climática em 50 cidades-piloto. “A meta é promover 100 soluções de adaptação e mitigação e apoiar 580 municípios na construção de planos locais de adaptação”, detalhou. Segundo ele, o programa já possui quase 250 projetos cadastrados, com um potencial de captação de R$ 10 bilhões para financiamento climático.
O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, destacou os avanços da capital cearense no enfrentamento ao calor extremo. “Aumentamos em 38% as áreas verdes da cidade”, afirmou, ressaltando que o crescimento sustentável tem sido uma prioridade de sua gestão.
Tainá de Paula, secretária de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, defendeu que as ações de adaptação climática devem alcançar as comunidades mais vulneráveis. Ela também salientou a importância de fortalecer a educação climática nas escolas, combater lixões clandestinos e gerar empregos verdes, sempre com foco no bem-estar social.
Ao encerrar o painel, João Vicente, secretário de Meio Ambiente de Fortaleza, reforçou a necessidade de o Brasil transformar planos em ações concretas. “É importante que o governo tenha uma agenda climática voltada a territórios vulneráveis. O investimento em mitigação e adaptação não concorre com outras políticas públicas. Falta financiamento e humanidade”, concluiu.
O encontro evidenciou que a reestruturação da agenda climática depende do fortalecimento da cooperação entre os governos federal, estaduais e municipais, a fim de garantir financiamento, justiça climática e políticas públicas eficazes para um futuro mais resiliente e sustentável.
O Pavilhão Brasil na COP30
Inaugurado na segunda-feira (10), o Pavilhão Brasil está localizado na Zona Azul do Parque da Cidade, em Belém, e é um dos principais pontos de participação social durante a COP30. O espaço abriga 286 atividades sobre mudanças climáticas, com programação diária das 10h às 19h.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o local funcionará como um “ParlaCOP”, um fórum para debates sobre temas como financiamento climático, adaptação, mitigação e a implementação da Agenda de Ação, das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e do Plano Clima.
Com o tema “O momento é de ação climática”, o Pavilhão dispõe de quatro auditórios, distribuídos entre as Zonas Azul e Verde, dedicados a discussões nacionais e internacionais sobre o enfrentamento à crise climática até 2035.

