Dezessete dias depois do terrível acidente que tirou a vida de cinco jovens em Marabá, os familiares das vítimas finalmente receberam os restos mortais dos seus entes queridos para fazerem os rituais de velório e sepultamento, como é direito de todo ser humano. A demora na liberação dos restos mortais se deve ao fato de que os corpos ficaram irreconhecíveis por terem sido totalmente carbonizados, sendo necessário exame de DNA, que foi feito no laboratório do Centro de Perícias Científicas (CPC) de Belém.
As vítimas foram identificadas como Ronald Barros Ribeiro, 30 anos, que viajava no Gol sozinho; e Ana Paula Moreira Oliveira, de 24 anos; Adeilson Pereira da Silva, também de 24 anos; Herik Pinto Viana, de 32; e Renata da Silva Nascimento, também de 32 anos, todos ocupantes do Fiat. Os carros se chocaram de frente na Rodovia Transamazônica, na divisa entre os municípios de Marabá e São João do Araguaia.
Ontem, quarta-feira (14), pela manhã, era grande aflição dos familiares dos mortos, aguardando a documentação necessária para poderem receber oficialmente o que sobrou das vítimas, enquanto os restos mortais estavam na sala de necropsia do Cemitério da Saudade, na Folha 29.
Leia mais:#ANUNCIO
Durante esses momentos de espera, o jornal conversou com Adelson Pereira Silva, pai de Adeilson Silva, uma das vítimas. Ele estava visivelmente abatido e se dizia sem palavras para descrever o que estava sentindo, mas comentou que durante esses dias todos não comia mais direito e tampouco conseguia dormir, além de estar sentindo muitas cãibras, tudo isso fruto do abalo psicológico e físico pelo qual tem passado desde aquela terrível madrugada.
Seu Adelson comentou que a mãe de Adeilson também estava arrasada. “Era um bom menino”, resumiu, acrescentando que esta fatalidade pode acontecer com qualquer um: “Os jovens de hoje em dia gostam de brincar e a gente não pode prender”, comentou, ao deixar claro ainda que: “A gente não quer isso pra ninguém”.
Adelson também lamentou toda essa demora para poder velar o corpo do filho. Segundo ele, quando aconteceu o acidente, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o prazo para divulgação do resultado do exame de DNA seria de 60 dias, mas quando o assunto ganhou espaço não apenas no noticiário local, mas também repercussão na mídia nacional, o prazo diminuiu para 15 dias.
Todavia, Adelson deu a declaração mais em tom de lamentação do que de reclamação propriamente, pois ponderou que o exame só poderia ser feito mesmo em Belém e geralmente quando esse tipo de procedimento vai para a capital do Estado, o processo costuma ser realmente demorado.
Ele agradeceu o apoio dos amigos, da vizinhança, dos colegas de trabalho, enfim de todos que se solidarizaram com o drama vivido não apenas pela família dele, mas de todos os envolvidos na tragédia. “Não está faltando nada para nós, só está faltando ele”, comentou.
Entre as vítimas, os restos mortais de Renata da Silva Nascimento foram trasladados para Belém, já os demais corpos foram velados em Marabá mesmo, onde ficaram de ser sepultados nesta quinta e sexta-feira.
CPC explica procedimento
Para a Imprensa de Marabá, o diretor regional do CPC em Marabá, Enaldo Ferreira, explicou que logo após o acidente, que ocorreu durante a madrugada e debaixo de uma chuva fina, o IML recolheu os cadáveres e durante a manhã ficou claro, inclusive para os familiares das vítimas, que não havia como identificar os corpos devido estarem bastante carbonizados. Diante disso, ficou claro que havia necessidade de realização de exame de DNA, que só é feito em Belém.
Ainda segundo ele, diante da situação inusitada, foi montada uma força tarefa para coleta do material em Marabá e também em Belém – onde moram familiares de uma das vítimas – e para enviar todo o material ao laboratório do CPC na capital. Após essa coleta de material, o resultado foi concluído na última sexta-feira (9). Depois disso, durante o final de semana, uma equipe do CPC local foi a Belém, concluiu todos os laudos e trouxe a documentação na segunda-feira (12), de modo que toda a burocracia ficou concluída na terça-feira (13) e ontem (14) os restos mortais foram liberados.
Perguntado se Marabá já comporta necessidade de abrigar um laboratório de medicina legal com capacidade para realização de exames de DNA, Enaldo Ferreira entende que isso ainda é pouco provável e não existe previsão neste sentido, mas ele não descarta que futuramente isso possa ocorrer por meio de uma parceria com uma das universidades públicas locais instaladas na cidade (UEPA e Unifesspa).
O acidente
De acordo com familiares das vítimas, os envolvidos no acidente se conheciam e foi uma terrível coincidência terem se envolvido no acidente, pois não seguiam viagem juntos, mas viajavam em sentidos opostos quando o sinistro aconteceu, dando a entender que Ronald estava indo para a vila, enquanto os integrantes do Fiat voltavam de lá.
Os que estavam no Fiat Uno voltavam de um aniversário na Vila 1º de Março, em São João do Araguaia, já na madrugada do dia 25 do mês passado, enquanto Ronald seguiria para o mesmo local e acabaram se chocando de frente. Apenas uma pessoa sobreviveu à colisão: Jaqueline Rodrigues Lima, que foi internada no Hospital Regional Público do Sudeste (HRSP).
Saiba Mais
DNA é a sigla em Inglês de “deoxyribonucleic acid” – ácido desoxirribonucléico, em tradução livre para o Português. O DNA de cada indivíduo é exclusivo, com exceção apenas de gêmeos univitelinos.
(Chagas Filho)
Dezessete dias depois do terrível acidente que tirou a vida de cinco jovens em Marabá, os familiares das vítimas finalmente receberam os restos mortais dos seus entes queridos para fazerem os rituais de velório e sepultamento, como é direito de todo ser humano. A demora na liberação dos restos mortais se deve ao fato de que os corpos ficaram irreconhecíveis por terem sido totalmente carbonizados, sendo necessário exame de DNA, que foi feito no laboratório do Centro de Perícias Científicas (CPC) de Belém.
As vítimas foram identificadas como Ronald Barros Ribeiro, 30 anos, que viajava no Gol sozinho; e Ana Paula Moreira Oliveira, de 24 anos; Adeilson Pereira da Silva, também de 24 anos; Herik Pinto Viana, de 32; e Renata da Silva Nascimento, também de 32 anos, todos ocupantes do Fiat. Os carros se chocaram de frente na Rodovia Transamazônica, na divisa entre os municípios de Marabá e São João do Araguaia.
Ontem, quarta-feira (14), pela manhã, era grande aflição dos familiares dos mortos, aguardando a documentação necessária para poderem receber oficialmente o que sobrou das vítimas, enquanto os restos mortais estavam na sala de necropsia do Cemitério da Saudade, na Folha 29.
#ANUNCIO
Durante esses momentos de espera, o jornal conversou com Adelson Pereira Silva, pai de Adeilson Silva, uma das vítimas. Ele estava visivelmente abatido e se dizia sem palavras para descrever o que estava sentindo, mas comentou que durante esses dias todos não comia mais direito e tampouco conseguia dormir, além de estar sentindo muitas cãibras, tudo isso fruto do abalo psicológico e físico pelo qual tem passado desde aquela terrível madrugada.
Seu Adelson comentou que a mãe de Adeilson também estava arrasada. “Era um bom menino”, resumiu, acrescentando que esta fatalidade pode acontecer com qualquer um: “Os jovens de hoje em dia gostam de brincar e a gente não pode prender”, comentou, ao deixar claro ainda que: “A gente não quer isso pra ninguém”.
Adelson também lamentou toda essa demora para poder velar o corpo do filho. Segundo ele, quando aconteceu o acidente, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o prazo para divulgação do resultado do exame de DNA seria de 60 dias, mas quando o assunto ganhou espaço não apenas no noticiário local, mas também repercussão na mídia nacional, o prazo diminuiu para 15 dias.
Todavia, Adelson deu a declaração mais em tom de lamentação do que de reclamação propriamente, pois ponderou que o exame só poderia ser feito mesmo em Belém e geralmente quando esse tipo de procedimento vai para a capital do Estado, o processo costuma ser realmente demorado.
Ele agradeceu o apoio dos amigos, da vizinhança, dos colegas de trabalho, enfim de todos que se solidarizaram com o drama vivido não apenas pela família dele, mas de todos os envolvidos na tragédia. “Não está faltando nada para nós, só está faltando ele”, comentou.
Entre as vítimas, os restos mortais de Renata da Silva Nascimento foram trasladados para Belém, já os demais corpos foram velados em Marabá mesmo, onde ficaram de ser sepultados nesta quinta e sexta-feira.
CPC explica procedimento
Para a Imprensa de Marabá, o diretor regional do CPC em Marabá, Enaldo Ferreira, explicou que logo após o acidente, que ocorreu durante a madrugada e debaixo de uma chuva fina, o IML recolheu os cadáveres e durante a manhã ficou claro, inclusive para os familiares das vítimas, que não havia como identificar os corpos devido estarem bastante carbonizados. Diante disso, ficou claro que havia necessidade de realização de exame de DNA, que só é feito em Belém.
Ainda segundo ele, diante da situação inusitada, foi montada uma força tarefa para coleta do material em Marabá e também em Belém – onde moram familiares de uma das vítimas – e para enviar todo o material ao laboratório do CPC na capital. Após essa coleta de material, o resultado foi concluído na última sexta-feira (9). Depois disso, durante o final de semana, uma equipe do CPC local foi a Belém, concluiu todos os laudos e trouxe a documentação na segunda-feira (12), de modo que toda a burocracia ficou concluída na terça-feira (13) e ontem (14) os restos mortais foram liberados.
Perguntado se Marabá já comporta necessidade de abrigar um laboratório de medicina legal com capacidade para realização de exames de DNA, Enaldo Ferreira entende que isso ainda é pouco provável e não existe previsão neste sentido, mas ele não descarta que futuramente isso possa ocorrer por meio de uma parceria com uma das universidades públicas locais instaladas na cidade (UEPA e Unifesspa).
O acidente
De acordo com familiares das vítimas, os envolvidos no acidente se conheciam e foi uma terrível coincidência terem se envolvido no acidente, pois não seguiam viagem juntos, mas viajavam em sentidos opostos quando o sinistro aconteceu, dando a entender que Ronald estava indo para a vila, enquanto os integrantes do Fiat voltavam de lá.
Os que estavam no Fiat Uno voltavam de um aniversário na Vila 1º de Março, em São João do Araguaia, já na madrugada do dia 25 do mês passado, enquanto Ronald seguiria para o mesmo local e acabaram se chocando de frente. Apenas uma pessoa sobreviveu à colisão: Jaqueline Rodrigues Lima, que foi internada no Hospital Regional Público do Sudeste (HRSP).
Saiba Mais
DNA é a sigla em Inglês de “deoxyribonucleic acid” – ácido desoxirribonucléico, em tradução livre para o Português. O DNA de cada indivíduo é exclusivo, com exceção apenas de gêmeos univitelinos.
(Chagas Filho)