📅 Publicado em 08/11/2025 08h27
Gigliolla Sena Silva, de 30 anos, e Wanderson Silva de Sousa, de 28, estão presos temporariamente desde a última sexta-feira (7) como os principais suspeitos pelo desaparecimento do contador Victor Augusto da Rocha Arnaud, de 53 anos, morador de Xinguara, no Pará. A mulher presa tem uma filha de cinco anos com a vítima.

O casal foi encontrado com o veículo do desaparecido, um Jeep Renegade de placa OIA-1F38, em uma balsa, ao tentar fazer a travessia no município de Estreito, no Maranhão. Ambos afirmaram desconhecer o paradeiro de Victor, que continua desaparecido desde 30 de outubro deste ano.
Leia mais:O setor de inteligência da Polícia Civil do Estado do Pará (Polinter) foi o responsável por identificar que o veículo de Victor estava no município maranhense. Por sua vez, a Guarda Municipal de Estreito, a partir de informações da Polícia Rodoviária Federal, realizou a abordagem na balsa que atravessava o Rio Tocantins, momento em que Wanderson e Gigliolla foram localizados.
A prisão foi efetuada em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Vara Criminal de Xinguara no mesmo dia, pela suposta prática de latrocínio (roubo seguido de morte). Vestígios de sangue conforme apuração exclusiva do portal Correio de Carajás, diligências investigativas na casa da vítima constataram que o interior do imóvel se encontrava consideravelmente desorganizado. Havia manchas de sangue em dois lençóis e em um colchão, e o veículo não estava na garagem. No entanto, as autoridades não observaram sinais de arrombamento nas portas ou janelas da residência. Foi localizada, porém, uma câmera de segurança jogada no chão da cozinha, sem o respectivo cartão de memória, o que sugere uma tentativa de “apagar evidências”, conforme consta nos autos do processo.

Os investigados estavam acompanhados da filha de Gigliolla com Victor, uma criança de cinco anos, a filha mais nova da vítima. Na mesma decisão judicial que determinou a prisão do casal, foi ordenado que o Conselho Tutelar de Estreito e de Xinguara fosse oficiado para que tomasse as providências cabíveis quanto à guarda, proteção e amparo da criança.Ficou a cargo do Conselho Tutelar a busca e identificação de familiares da menor que possam assumir a guarda provisória. Linha do tempo segundo informações coletadas com exclusividade pela nossa reportagem, um amigo de Victor costumava manter contato diário com ele por conta de negócios que administravam juntos, motivo que o fez desconfiar quando o empresário parou de responder.
O amigo tentou contato com outras pessoas próximas e familiares, mas ninguém conseguiu falar com Victor, nem mesmo uma de suas filhas, que se comunicava com o pai com frequência.No dia 4 de novembro, Victor teria entrado em contato com um conhecido pedindo a quantia de R$ 1.600, justificando que o valor seria usado para a festa de aniversário da filha. O pedido causou estranheza, já que a vítima era financeiramente estável e não tinha o hábito de pedir dinheiro emprestado.
No mesmo dia, uma foto do animal de estimação de Victor dentro de um carro foi publicada em suas redes sociais. O fato também chamou a atenção, pois o empresário não costumava viajar com o animal, preferindo deixá-lo sob os cuidados de amigos de confiança. O cachorro foi posteriormente encontrado amarrado a uma corda, perto da rodoviária de Xinguara.
No dia seguinte, 5 de novembro, uma colega de trabalho de Victor recebeu uma mensagem que supostamente teria sido enviada por ele, afirmando estar na Receita Federal em Redenção. Junto à mensagem, foi enviada uma foto de visualização única, mostrando apenas parte de um braço. A colega achou estranho que o braço parecesse depilado, sendo que Victor tinha muitos pelos nos braços.
As autoridades de Xinguara aguardam a transferência dos dois suspeitos para que sejam ouvidos, dando prosseguimento às investigações para localizar Victor.
A prisão temporária tem prazo de 30 dias, podendo ser prorrogada.
