Correio de Carajás

Dia do Radialista em Marabá: vozes que fazem a cidade vibrar

Profissionais da Comunicação narram experiências dentro do estúdio da 92.1 FM, a maior da cidade

Diariamente, profissionais do rádio emprestam suas vozes para contribuição da comunicação em Marabá [O comunicador Márcio Lira na foto]/ Fotos: Kauã Fhillipe
Por: Kauã Fhillipe

Hoje, dia 7 de novembro, é celebrado o trabalho dos profissionais que emprestam suas vozes à arte de comunicar com o público. Seja para entreter, informar ou simplesmente fazer companhia no dia a dia, os radialistas ocupam um lugar especial na vida das pessoas. Desde o surgimento do rádio, ainda no século XVIII, até sua expansão pelo Brasil e consolidação como um dos meios de comunicação mais presentes nos lares, esses profissionais ajudam a construir histórias, aproximar comunidades e levar informação onde muitas vezes outros meios não chegam.

No Grupo Correio de Comunicação, por meio da frequência 92.1 FM em Marabá, histórias, notícias e risadas percorrem as ondas do município e da região, fortalecendo o papel desse veículo que, mesmo sendo um dos mais antigos, continua vencendo o tempo e se reinventando na modernidade.

Radialistas da Correio FM compartilham suas experiências e visões sobre essa trajetória. Sandro Campo atua há mais de 20 anos e diz que comunicar-se com a população é uma paixão — “um vício do qual você não quer mais largar”, define. Já passou por diversos setores do rádio, mas guarda um carinho especial pelos 13 anos em que comandou o programa Love Songs, em que ouvintes enviavam músicas e declarações de amor. Para ele, esse contato cria vínculos invisíveis, construídos pela voz e pela emoção.

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“O rádio é isso: ele proporciona essa ligação entre as pessoas. Entregar informação, dar voz a quem muitas vezes não tem. Ser radialista é saber que, de certa forma, contribuímos com a sociedade”, afirma.

Sandro Campo iniciou a carreira em uma rádio comunitária e hoje é coordenador da Correio FM

Outro nome importante do universo radiofônico é Leverson Oliveira, também integrante do Grupo Correio. Na área desde 1991, passou por várias funções até se tornar locutor. A paixão nasceu ainda na infância, quando, na zona rural, se reunia com amigos para acompanhar transmissões no rádio. Ele descreve o veículo como uma forma de estar perto das pessoas, mesmo sem vê-las.

“Através da voz, criamos intimidade com o público. É importante ter esse contato, que envolve acolhimento, informação, carinho e transmitir a notícia com clareza, para que as pessoas entendam o que estamos dizendo no rádio”, destaca.

A nostalgia de quem viveu a magia do estúdio

Em 2012, Célia Campos, então recepcionista da Itacaiúnas AM, teve uma oportunidade única: tornar-se locutora fixa da programação. Desde a infância em Itupiranga, ela mantinha uma relação afetiva com o rádio, e estar do outro lado reforçou ainda mais esse encantamento.

“Quando somos ouvintes, já nos sentimos atraídos pelo rádio. Mas estar lá dentro é ainda mais apaixonante. O ouvinte te trata como família, é um aconchego indescritível”, relembra.

Hoje coordenadora de operações comerciais, ela garante que a paixão permanece.

“Quando somos apaixonados por rádio, não conseguimos nos desvincular desse sentimento, independentemente de estar no ar ou não.”

O rádio sob a lente acadêmica

Para o professor de Radiojornalismo da Unifesspa, em Rondon do Pará, Matheus Simões Mello, o rádio sempre dialogou com as novas tecnologias e segue como um dos mercados mais acessíveis para empreender no jornalismo. Ele destaca que, com equipamentos básicos, como um microfone adequado e um computador compatível para edição, é possível iniciar projetos sonoros com qualidade — ao contrário de formatos como o vídeo, que demandam maior investimento.

Matheus, que já atuou diretamente no meio, brinca ao definir o vício no rádio como uma verdadeira “cachaça”:

“Só quem vivencia isso diariamente conhece essa sensação.”

Ele ainda complementa que a interação com o áudio é extremamente promissora.

“O rádio continua e continuará muito vivo. Se fosse para escolher o momento mais feliz da minha carreira profissional, seria meu tempo trabalhando no rádio.”

A perspectiva do rádio para as fontes

Ao serem questionados sobre o futuro do rádio, a resposta foi unânime: esse meio não vai acabar. Para eles, o rádio segue vivo, necessário e cada vez mais conectado às novas formas de comunicar.

Sandro Campos destaca que um dos maiores desafios está em manter o rádio relevante dentro do mercado, sempre acompanhando tendências e transformações.

“A gente tem que acompanhar o que acontece hoje. Não podemos parar no tempo. As novidades não anulam o que já existe, elas contribuem”, afirma.

Já Leverson Oliveira enfatiza a força comercial e a capacidade de alcance do rádio, destacando que a mídia segue eficiente para anunciantes.

Leverson: “O rádio pra gente simboliza estar mais próximo do povo. Ele me coloca dentro da casa das pessoas”

“Quando o consumo é áudio, o rádio é líder. Ele continua competitivo e está em todas as plataformas. Anunciar no rádio traz retorno e é possível criar convergência com o digital”, reforça.

Na mesma linha, Célia Campos defende que “a magia do rádio sempre vai existir”. Para ela, a modernização é uma aliada, e parcerias com o universo dos podcasts são parte natural desse processo.

Se depender de Célia, o rádio jamais irá acabar, pois é uma paixão que atravessa gerações a cada ano

“Tudo que envolve novas linguagens sonoras e formatos pode caminhar junto. O rádio não perde sua essência, ele se adapta.”

O professor Matheus Mello reforça esse movimento híbrido, destacando a convivência entre rádio e podcasts, especialmente em regiões como Marabá, Bom Jesus do Tocantins e Rondon.

“Há espaço para produções independentes, e o rádio vai continuar se adaptando. Em muitas cidades, as pessoas ainda consomem intensamente o rádio, o que mostra que ele se mantém atual ao longo dos anos. O rádio não vai morrer.”

Uma voz que atravessa o tempo

Celebrar o Dia do Radialista é reconhecer os profissionais que transformam ondas sonoras em companhia, informação, cultura e afeto. É lembrar que, mesmo diante das mudanças tecnológicas, o rádio segue presente — seja no carro, no comércio, no campo, nas casas, nos celulares e na memória afetiva de milhares de brasileiros.
Mais do que um meio de comunicação, o rádio é presença. E enquanto houver gente para ouvir, haverá alguém do outro lado para falar com paixão, compromisso e a certeza de que essa magia não se perde no tempo.