📅 Publicado em 04/11/2025 09h21✏️ Atualizado em 06/11/2025 22h23
Representantes de órgãos ambientais de São Geraldo do Araguaia (PA) e Xambioá (TO) firmaram uma parceria para intensificar a fiscalização durante a Piracema 2025, que teve início em 1º de novembro e se estende até 28 de fevereiro de 2026. As diretrizes da ação conjunta foram alinhadas em uma reunião na manhã de segunda-feira (3), promovida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Geraldo.
Durante este período, a legislação ambiental proíbe a captura, o transporte, a comercialização e o armazenamento de peixes nativos do Rio Araguaia e seus afluentes. A medida é essencial para garantir o período de desova e reprodução das espécies, contribuindo para a manutenção dos estoques pesqueiros.
Leia mais:O encontro contou com a participação de representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Xambioá, do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), da Polícia Militar do Pará, do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), da Defesa Civil de São Geraldo e da Secretaria de Administração do mesmo município.
Como resultado, ficou definido que os dois municípios unirão esforços para aumentar o número de agentes em campo, com o apoio da Polícia Militar. Além da fiscalização, as equipes irão reforçar a educação ambiental por meio de palestras em colônias de pescadores, comunidades ribeirinhas, escolas, sindicatos e associações.
Para formalizar a colaboração, um Termo de Cooperação Técnica (TCT) está em fase final de elaboração e deve ser assinado ainda este mês. A parceria também prevê a criação de uma rede integrada de informações para mapear os pontos com maior incidência de pesca ilegal.
A secretária de Meio Ambiente de São Geraldo, Maria Eunízia, afirmou que a comunicação será um pilar da operação. “Vamos intensificar a divulgação nas redes sociais e distribuir material informativo sobre as regras da piracema e as penalidades para quem descumprir a lei”, destacou.
Sávio Ferreira, secretário de Meio Ambiente de Xambioá, avaliou o encontro de forma positiva. “Essa união fortalece a fiscalização e ajuda a garantir uma piracema tranquila, contribuindo para o aumento do estoque pesqueiro da região”, afirmou. Segundo ele, outros municípios tocantinenses, como Araguanã e Ananás, já demonstraram interesse em aderir ao acordo.
O fiscal ambiental do Naturatins, Patrick Dias, também reforçou a importância da ação integrada. “A reunião foi produtiva. Quando os órgãos somam esforços, quem ganha é o meio ambiente e a população que depende do rio”, concluiu.
A população pode colaborar denunciando práticas ilegais de pesca de forma anônima pelo WhatsApp (94) 98434-0631.
Entenda a Piracema
A palavra “piracema” tem origem no tupi e significa “subida dos peixes”, uma referência ao movimento que cardumes fazem ao nadar contra a correnteza para se reproduzirem. Um dos peixes mais visados nesse período é a curimatá, também conhecida como papa-terra. Apesar dos avanços na fiscalização, um dos principais desafios apontados pelos municípios é o número reduzido de fiscais para cobrir toda a extensão do rio.
