Correio de Carajás

Ceramistas realizam medições de gases e partículas atmosféricas

Nesta sexta-feira ocorreu uma nova rodada de medições de emissões atmosféricas, parte de um programa contínuo de controle ambiental em Marabá

A coleta ocorre nesta sexta-feira (24) e deve durar todo o dia
Por: Milla Andrade

Na manhã desta sexta-feira (24), o setor ceramista de Marabá, em especial a empresa Cerâmica MG, deu mais um passo importante rumo à sustentabilidade. Ao longo do dia, ocorre uma nova rodada de medições de emissões atmosféricas, parte de um programa contínuo de controle ambiental conduzido pelo Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Marabá (Sindicerv), em parceria com o Laboratório de Análises e Pesquisa Científica de Inovação do Rio Grande do Norte (Labcin/RN) e a Nova Canaã Consultoria Tecnológica.

A iniciativa busca monitorar, com precisão técnica, o impacto das atividades cerâmicas sobre a qualidade do ar, assegurando que os níveis de poluentes permaneçam dentro dos limites legais estabelecidos pelos órgãos ambientais.

Em entrevista ao Correio de Carajás, o presidente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica de Marabá (Sindicerv), Antônio Rosa, explica que a ação é uma exigência dos órgãos de fiscalização e reforça o compromisso do setor com as normas ambientais. “Estamos realizando a terceira medição para controlar a emissão de gases e poluentes no ambiente da cidade”, afirma Antônio.

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Presidente do Sindicerv destaca o compromisso do setor com as normas ambientais

Segundo ele, todas as cerâmicas sindicalizadas, além de possuírem licenciamento ambiental, estão ativamente realizando o controle de emissões. “Hoje podemos afirmar que o nível de poluição gerado por uma atividade cerâmica é bem menor do que o máximo permitido pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)”, destaca.

O acompanhamento contínuo nas empresas demonstra o empenho do setor em conciliar desenvolvimento industrial e responsabilidade ecológica.

A medição dura cerca de oito horas e é realizada sob a coordenação do engenheiro sanitarista, ambiental e químico Rivaldo Nóbrega, consultor responsável pelo monitoramento e especialista em qualidade do ar. Ao Correio, ele explica que o trabalho segue rigorosamente as normas Conama 382/2006 e 436/2011, que tratam da qualidade do ar em fontes fixas de calor, como os fornos utilizados pela indústria cerâmica.

Rivaldo Nóbrega: “A coleta vai tranquilizar a população”

Segundo o engenheiro, o processo inclui medições ponto a ponto, analisando o funcionamento dos fornos e o processo de queima. “Aqui estaremos medindo o material particulado total (MPT), oxigênio (O₂), monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO₂), óxidos de nitrogênio (NO e NOx) e dióxido de enxofre (SO₂), todos os gases que possam ser gerados durante o monitoramento”, explica.

Após a coleta, os dados são encaminhados a um laboratório para análise e elaboração de laudos e pareceres técnicos, que posteriormente são enviados à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá (Semma).

Rivaldo destaca que o objetivo central da ação é comprovar, de forma técnica e transparente, que as atividades estão adequadas e não causam impacto à população. “Caso algum forno não atenda às recomendações, é preciso realizar um trabalho pontual na fonte para reduzir o problema”, afirma o consultor.

O trabalho, iniciado há três anos e realizado anualmente, já apresenta resultados positivos. Segundo Rivaldo, as empresas estão se organizando e se adequando às exigências, buscando mostrar à sociedade o compromisso com a qualidade ambiental.

Com mais de mil atendimentos a empresas no Nordeste, o consultor garante que a iniciativa contribui para manter o padrão da qualidade do ar e evitar problemas futuros. “A coleta vai tranquilizar a população”, reforça.

O vice-presidente do sindicato e proprietário da Cerâmica MG, Leandro Nascimento, ressalta que o trabalho é resultado de uma postura responsável diante da sociedade e dos órgãos ambientais. “É uma demanda cobrada há algum tempo, e temos buscado responder de forma séria e coerente”, afirma.

Para o empresário, Leandro Nascimento, a medição é uma resposta à sociedade sobre os gases emitidos

Leandro também destaca que a ação é uma resposta à comunidade e aos moradores do entorno da fábrica. “Trouxemos uma empresa do Rio Grande do Norte, especialista nessa área. Sabemos que a sociedade cobra isso e, como emissores de fumaça, queremos mostrar que a fumaça do setor cerâmico não é um vilão”, explica.

Para o empresário, a medição não é apenas uma exigência técnica, mas também uma forma de diálogo com a comunidade local. “Viemos para esta região em um período em que não havia vizinhos, casas nem população. Agora, precisamos dar essa resposta à sociedade”, reforça.

A iniciativa reafirma o compromisso do setor com o meio ambiente e com a transparência junto à população, promovendo mais segurança aos moradores e impulsionando uma produção cerâmica mais sustentável, que alia desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.