📅 Publicado em 15/10/2025 11h58✏️ Atualizado em 15/10/2025 17h00
Que a Inteligência Artificial já faz parte do cotidiano de muita gente, isso todo mundo já sabe. Desde as primeiras impressões sobre essa tecnologia, ficou claro que a IA veio para auxiliar nas nossas rotinas diárias, oferecendo respostas e instruções rápidas.
Nas escolas, seu uso tem se tornado cada vez mais comum, o que, para alguns, tem deixado os alunos mais acomodados e menos criativos. Mas até que ponto essa ferramenta pode nos tornar dependentes, a ponto de enfraquecer nossa capacidade de pensar por conta própria? Para muitos, esse é um risco real. No entanto, o professor Leonardo Lago Silva, que leciona matemática na Escola João Anastácio, na Folha 16, enxerga a Inteligência Artificial de outra forma: como uma forte aliada no processo de ensino-aprendizagem.
Servidor público há aproximadamente quatro anos, ele comenta que os estudantes se sentem desafiados a usar a inteligência artificial, mesmo com a facilidade que ela oferece. Ao utilizar a sala de informática da escola, Leonardo transforma a tecnologia em uma ferramenta pedagógica que amplia o que é ensinado em sala de aula. Segundo ele, sair do modelo tradicional de ensino, de vez em quando, é fundamental para despertar o interesse dos alunos.
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“Eles se sentem bastante animados quando se envolve tecnologia, computador, celular… Foi uma das formas encontradas para que tivessem mais foco nas atividades”, conta o professor, reforçando que a IA não é necessariamente uma inimiga da aprendizagem.
Casos práticos
Sempre com a supervisão docente, os alunos realizam atividades complexas em que a IA propõe caminhos mais práticos e dinâmicos. Em um projeto recente, que envolveu o levantamento de dados sobre queimadas na região, o professor orientou o uso da ferramenta para identificar os pontos mais afetados pela prática ilegal. Com isso, os alunos criaram gráficos e tabelas para expor as informações coletadas. “Graças à ferramenta, foi mais rápido buscar esses dados de forma abrangente, não apenas sobre as queimadas, mas também sobre a poluição em geral. O trabalho ficou perfeito”, comemora.
Leonardo também reconhece que a IA é uma aliada dos próprios professores. Ele lembra que muitos profissionais atuam em mais de uma escola e têm pouco tempo para preparar aulas. “Com a IA, você consegue adiantar seus movimentos, suas ideias para a sala de aula. O nosso tempo de planejamento é curto, e isso me levou a usar a tecnologia para otimizar o trabalho”, explica e, também, observa que é uma ferramenta ótima para avançarmos em várias situações, planejamentos e ideias.
Atenção aos detalhes
O professor, no entanto, alerta que a Inteligência Artificial nem sempre oferece informações precisas, já que muitas ferramentas ainda estão em desenvolvimento. Por isso, o acompanhamento docente é essencial para garantir que os alunos aprendam de forma correta. “Eu oriento as turmas sobre como solicitar informações concretas, para que não fiquem perdidos. Muitos deles ainda têm pouco contato com a tecnologia no dia a dia”, observa.
Tal afirmação foi feita no ano passado, quando nas férias escolares ele observava o comportamento da IA em relação à matemática e percebeu que ela pode entregar diversos tipos de resultados divergentes.
“A IA pode substituir profissionais?”
Em entrevista ao CORREIO, Leonardo foi direto: “A resposta é não.” Ele lembra que as inteligências artificiais são alimentadas por dados e não possuem sentimentos, algo que diferencia completamente o trabalho humano. “Creio que o professor é indispensável, porque uma IA não consegue entender o emocional. Os alunos me contam coisas pessoais porque confiam em mim, e essa amizade só é possível entre humanos”, destaca.
Leonardo ainda ressalta a importância do apoio institucional para que o uso da tecnologia em sala de aula se fortaleça, apesar de que na escola o uso de celular esteja proibido. “A inclusão da tecnologia está aí, e daqui pra frente é só desenvolvimento”, conclui.