Na manhã desta quarta-feira (1º), a Câmara Municipal de Marabá realizou sessão solene do Outubro Rosa para marcar a luta e a conscientização sobre o câncer. Centenas de pessoas participaram da cerimônia, presidida pela vereadora Maiana Stringari, que agradeceu a presença do público e abriu oficialmente a campanha Outubro Rosa em Marabá.
A mesa do evento foi composta por Aparecida Ferreira, presidente do Instituto Esperança e Vida; João Tatagiba, vice-prefeito; Werbert Oliveira, secretário de Saúde; João Chamon, secretário de Governo do Sul e Sudeste do Pará; além das vereadoras Cristina Mutran, Maiana Stringari e Priscila Veloso.
O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, realizado anualmente em outubro. O nome da campanha faz referência ao laço cor-de-rosa, símbolo da luta contra a doença. O objetivo é informar a população, promover o acesso a exames e reduzir a mortalidade causada pelo câncer de mama. Para se ter uma ideia, o câncer de mama e o câncer do colo do útero estão entre os tipos mais comuns entre as mulheres no Brasil, com 73 mil novos casos de mama e 17 mil de colo do útero por ano no país. Há prevenção e tratamento: autocuidado e detecção precoce são armas poderosas que salvam vidas.
Leia mais:Maiana Stringari abriu o evento afirmando que a sessão “não é apenas uma solenidade, mas um chamado à reflexão e ao compromisso coletivo com a vida. O Outubro Rosa nos recorda que informação, cuidado e apoio mútuo são instrumentos fundamentais na luta contra o câncer, enfermidade que atinge milhares de mulheres e famílias em todo o Brasil”.
Rosicléia Diniz, psicóloga clínica da Unifesspa e especialista em psicologia hospitalar, palestrou sobre “A saúde mental da mulher frente ao diagnóstico de câncer de mama e de colo do útero: desafios e estratégias”. Ela destacou a importância de dialogar sobre a temática para discutirmos, compreendermos e elaborarmos estratégias de fortalecimento da prevenção dos cânceres de mama e do colo do útero. “Esta é uma campanha que representa a conscientização do câncer de colo do útero, e a informação pode salvar vidas.” Frisou ainda que não existe cuidado com o corpo separado da mente, sugerindo acolhimento psicológico, rede de apoio e relações de suporte. “Vamos ampliar nosso olhar para um diagnóstico integral dessa mulher — corpo e mente —, pois, ao amenizarmos as dores emocionais, reduzimos as dores físicas.”
Em seguida, Luís Eduardo Werneck, especialista em oncologia clínica pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, falou sobre o cenário do câncer no Brasil. Ele ressaltou que inúmeros estudos científicos apontam a importância do cuidado integral ao paciente. Informou que o tratamento do câncer de mama tem avançado, com taxa de sobrevivência próxima de 60%. Para ele, o foco também deve estar na prevenção: “É mais interessante descobrir como surge, para tentar evitar que ele apareça”.
Werneck observou que o câncer de mama é o mais incidente nas mulheres, o que mais mata e um dos mais difíceis de tratar, resultando em jornadas longas — há casos com 16 anos de acompanhamento. Por fim, disse que, entre mulheres com determinados tipos de câncer, 55% são abandonadas pelo companheiro. “Tivemos um aumento de 100% da incidência de câncer em mulheres abaixo dos 50 anos nos últimos tempos.”
A enfermeira Normeleide Gomes da Costa, que atua na divisão técnica como coordenadora de controle e prevenção do câncer de colo do útero e de mama, da Sespa, salientou que o Outubro Rosa intensifica as ações de controle do câncer de mama e do colo do útero. Ela apresentou dados da Secretaria de Saúde do Estado do Pará: 1.957 óbitos de mulheres por câncer de mama nos últimos cinco anos e 6.089 internações por neoplasias malignas da mama no período de 2019 a 2024.
A coordenadora da Saúde da Mulher em Marabá, Nacaíra Caldas, frisou que a gestão municipal realizará exames de prevenção durante todo o mês de outubro. A Secretaria montou agenda com horário estendido nas UBS da zona urbana e no Centro de Especialidades, com atendimentos de 13 a 24 de outubro. As UBS vão atender o público e ofertar solicitações de mamografia. “Na mamografia, temos dois aparelhos, um no CRISMU e outro no Centro de Especialidades. Os exames ofertados serão mamografia, ultrassonografia, coleta de PCCU, atualização da caderneta de vacinação, consulta com clínico-geral e as mulheres serão assistidas pelo município.”
Aparecida Ferreira, presidente do Instituto Esperança e Vida, afirmou que é preciso manter o Outubro Rosa durante todo o ano. “Não tenham medo. Façam o autoexame e o exame de rotina. Enfrentando no início, a chance de cura é bem maior.”
O secretário de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, lembrou a importância do Outubro Rosa e destacou o avanço com a ala oncológica instalada no Hospital Regional de Marabá, que trouxe atendimento para a cidade e toda a região, evitando que muitos pacientes buscassem tratamento fora do município. Segundo ele, já foram realizadas 3.133 consultas especializadas, 1.253 tratamentos de quimioterapia e 779 cirurgias e procedimentos por meio da ala oncológica do Regional.
O secretário de Saúde de Marabá, Webert Ribeiro de Carvalho, disse que o Outubro Rosa chama a atenção para o câncer do colo do útero e reforçou a necessidade de ações permanentes ao longo do ano. “É necessário entender que determinados hábitos favorecem o surgimento de alguns tipos de câncer. Precisamos buscar qualidade de vida para evitar o aparecimento da doença. A Secretaria estará focada nessa problemática, com ampliação de atendimentos nas unidades básicas de saúde.”
O vice-prefeito, João Tatagiba, afirmou que discutir a saúde da mulher é fundamental. “Quando o câncer é diagnosticado, ele atinge toda a família. Dois pontos principais devem ser observados nesse problema: prevenção e diagnóstico precoce.”
Representando as vereadoras, Priscila Veloso disse que o momento “vai muito além de uma campanha”, pois o Outubro Rosa é um chamado à vida, um tempo de conscientização e ações concretas de prevenção e tratamento do câncer de mama e do colo do útero. Ela reafirmou o compromisso de cada vereador não apenas em incentivar a prevenção e o diagnóstico precoce, mas em garantir que, após o diagnóstico, as mulheres tenham apoio, acolhimento e políticas públicas que assegurem tratamento digno e humanizado.
