📅 Publicado em 01/10/2025 15h09✏️ Atualizado em 01/10/2025 16h50
Do que a devoção é capaz? Para uns, ela transforma vidas. Para outros, reescreve histórias e reacende a chama da esperança. E é exatamente isso que mostra o relato emocionante de Maria Marlene da Silva Santos, moradora da Folha 33, no Núcleo Nova Marabá. Apaixonada pela figura materna de Maria, ela encontrou em Nossa Senhora um caminho de cura, acolhimento e transformação pessoal.
Às vésperas do Círio de Marabá, dona Marlene se prepara para caminhar com o coração cheio de alegria, assim como milhares de fiéis que aguardam a maior manifestação religiosa da cidade. “Falar de Nossa Senhora, para mim, é… Não há palavras para descrevê-la”, diz ela, entre lágrimas.
Ao Correio de Carajás, a devota compartilhou que, por muitos anos, foi evangélica e rejeitava as tradições marianas. Também confessou que teve dúvidas sobre o agir de Maria.
Leia mais:Com bastante emoção, ela relembra o encontro pessoal com Nossa Senhora por meio do Rosário. “Estava assistindo a um programa e o pregador falou que cada continha que se rezava era uma flor para Nossa Senhora. Eu fiquei com aquilo no coração e fiz esse trato com ela”, relata.
E foi no terço que dona Marlene encontrou o resgate da fé e um reencontro com a vida. “Um dia cheguei do trabalho, me deitei, fechei os olhos e vi, na minha frente, caindo muitas flores em cima de mim. Senti ali a sua presença”, relata, emocionada. Para ela, esses pequenos momentos mostravam que a figura materna estava presente, uma maneira de responder às dúvidas que a rondavam.

Assídua na igreja e nos movimentos, desde então a devota não perdeu o vínculo com Nossa Senhora. Com um sorriso largo, ela revela que todos os anos cumpre o sacrifício de sair de sua casa, na Folha 33, a pé até a Velha Marabá, de onde parte a procissão do Círio e, isso, faz com muito amor. “Para mim é uma bênção, é uma graça. Me sinto como se Nossa Senhora estivesse me levando aos pés de Jesus”, afirma.
Para dona Marlene, a transformação foi completa, de dentro para fora. “Quando você começa a olhar para Nossa Senhora como mãe, você muda completamente o seu jeito de ser mãe, filha e esposa”, reflete.
Após o encontro com “Nazinha”, dona Marlene se define hoje como um ser humano diferente, ressaltando que ter os cuidados e a intercessão de Maria é como ganhar um presente.
Dos muitos encontros, e das chuvas de rosas, ela também relembra fases difíceis, em que até mesmo a fé parecia não existir. Foi com o terço na mão e pedindo a intercessão de Maria que tudo fez sentido. “Passei tantos anos perdida, procurando uma alegria, vivendo uma depressão profunda e com pensamento de morte. Mas depois desse encontro, tudo mudou”, conta emocionada. “Hoje eu estou curada, com força e muito amor e gratidão a ela”, destila com alegria.
Ao falar de Maria, os olhos de dona Marlene brilham e refletem uma gratidão profunda, que só quem confia entende o sentido de tudo. Com a chegada do Círio deste ano, o coração acelera para reviver tudo novamente. “Tem choro engasgado, mas é só de gratidão”, encerra.