Correio de Carajás

O café esfriou

Hoje acordei cedo, não porque quis, mas porque o vizinho decidiu que seis da manhã é um ótimo horário para testar a furadeira. Levantei meio cambaleando, coloquei a água para ferver e preparei um café. Queria um momento de paz antes de começar o dia, mas aí, o celular vibrou, uma mensagem, outra mensagem, depois um áudio de quase três minutos. Respondi tudo, porque sempre acho que é urgente.

Quando me dei conta, o café estava lá… esquecido na xícara, frio e triste, me olhando com aquela cor de abandono.

Enquanto esquentava outra vez, pensei: quantas coisas na vida a gente deixa “esfriarem,” porque se distrai com outras.  Uma conversa com amigos, um abraço na mãe, um livro que ficou pela metade… o tempo passa e quando percebemos, já não é mais o mesmo momento.

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Bebi o café reaproveitado, mas não tinha o mesmo gosto. Prometi a mim mesma que da próxima vez vou beber enquanto ainda estiver quente. Quem sabe, isso vale também para as oportunidades que aparecem por aí.

(Gisele Nunes Ramos, aluna do 8°B da Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, em São Félix)

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