Correio de Carajás

Tenho pressão 12 por 8, vou precisar passar a tomar remédio? Veja perguntas e respostas

Nova diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia mudou os patamares de risco para pressão alta e endureceu metas de tratamento.

Foto: Freepik

Com a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, divulgada nesta quinta-feira (18), o tratamento da pressão alta vai mudar no Brasil. Isso porque a pressão arterial considerada de risco no Brasil mudou de patamar.

➡️ O documento passa a enquadrar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica). A diretriz também muda a meta de tratamento para pressão alta.

Mas isso significa quem tem pressão 12 por 8 vai precisar passar a tomar remédio? Quem deve começar a se preocupar?

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O que muda no tratamento da hipertensão — Foto: Thalita Ferraz/Arte g1
O que muda no tratamento da hipertensão — Foto: Thalita Ferraz/Arte g1

1. O que mudou na classificação da pressão arterial no Brasil?

Com a nova diretriz, valores entre 12 por 8 (120–139 mmHg / 80–89 mmHg) passam a ser considerados pré-hipertensão. Antes, esse patamar era considerado “normal limítrofe”.

A partir de agora esses números passam a exigir atenção médica.

2. Por que essa mudança foi feita?

 

O objetivo da reclassificação é reforçar a prevenção: nessa fase, sem que a hipertensão esteja totalmente instalada, os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, podem até iniciar o uso de medicamentos.

➡️A mudança vai ao encontro das novas diretrizes internacionais, divulgadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em 2024. Na época, a pressão 12 por 8 passou a ser classificada como “pressão arterial elevada”.

3. Quem tem pressão 12 por 8 vai precisar começar a tomar remédio?

 

Não! Nessa faixa a recomendação é que o paciente seja submetido a um tratamento não medicamentoso, com mudança no estilo de vida e dieta(veja mais detalhes abaixo)

4. Quando é hora de começar a tomar remédio para pressão?

 

A nova diretriz indica que seguintes tipos de paciente devem começar a tomar remédio para controle da pressão

  • Pessoas com pressão entre 130 por 80 e 139 por 89 depois de 3 meses de medidas não medicamentosas e com alto risco cardiovascular.
  • Pessoas com pressão a partir de 140 por 90.

5. Quais são as novas metas de tratamento da hipertensão?

 

A nova diretriz endurece a recomendação para tratar a pressão alta: o alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg) para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.

Até agora, aceitava-se que manter a pressão abaixo de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente.

6. Por que a meta para o tratamento da pressão alta ficou mais rígida?

 

Segundo os autores da nova diretriz, o limite mais baixo também faz parte da prevenção.

O endurecimento do tratamento é fundamental para reduzir riscos de complicações como infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e insuficiência renal.

Nos casos em que o paciente não tolera reduções tão intensas, a orientação é buscar o nível mais baixo possível dentro da segurança clínica.

7. Quais mudanças no estilo de vida são recomendadas para controlar a pressão?

 

O documento reforça medidas já conhecidas, mas fundamentais para o controle da pressão.

👉Entre as principais mudanças, são indicadas:

  • Perda de peso
  • Redução do sal
  • Aumento de potássio na dieta
  • Padrão alimentar DASH (entenda mais abaixo)
  • Prática regular de atividade física

8. O que deve comer quem tem pré-hipertensão e hipertensão?

 

Para quem precisa fazer o controle da pressão, a indicação é que se adote o padrão alimentar DASH (sigla em inglês para Dietary Approaches to Stop Hypertension).

🥗A dieta DASH prioriza o consumo de:

  • Frutas
  • Hortaliças
  • Laticínios com baixo teor de gordura
  • Cereais integrais
  • Carnes magras
  • Frutas oleaginosas

 

🚫Ela restringe o consumo de:

  • Gorduras saturadas
  • Carnes gordurosas
  • Grãos refinados
  • Açúcar de adição

 

É rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, contendo quantidades reduzidas de sódio, colesterol, gordura total e saturada.

(Fonte: G1)