Correio de Carajás

Airton Souza é finalista em mais dois prêmios nacionais

Ao mesmo tempo, ele prepara o romance "O fedor da carne de Deus", com lançamento previsto para o 1º semestre de 2026

Multipremiado pelo País, o marabaense Airton Souza é finalista em mais dois prêmios literários
Por: Ulisses Pompeu e Ana Mangas
✏️ Atualizado em 18/09/2025 10h03

O escritor e professor marabaense Airton Souza, conhecido por suas obras premiadas e aclamadas pela crítica, está novamente em destaque. Em entrevista ao CORREIO, ele revelou ser finalista em duas categorias do prêmio promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE), uma das instituições literárias mais importantes do País. Seus livros, ainda não publicados, foram selecionados entre os 10 finalistas, um livro infantil e outro juvenil, demonstrando a força de sua escrita antes mesmo de chegarem às livrarias.

Os dois livros finalistas são “A chuvinha que não queria molhar ninguém”, que concorre ao prêmio Nely Novaes Coelho de literatura infantil, e “O cheiro dos bárbaros nunca serão iguais ao das auroras”, na categoria juvenil, que leva o nome de José Nicolau Gregório Filho.

Ao CORREIO, Airton revela que o livro juvenil reinventa a lenda do “velho do saco”. Com uma nova narrativa, a história é contada sob o ponto de vista inusitado do próprio saco, que acompanha a trajetória do velho e, que em vários momentos, ajuda a livrar as crianças.

Leia mais:

“A chuvinha que não queria molhar ninguém’ é um livro infantil que aborda temas como a cumplicidade, o respeito ao próximo e a relação com a natureza. A protagonista, uma chuva que se recusa a molhar as pessoas, é uma metáfora para a gentileza da natureza, que continua a reagir de forma afetuosa com a humanidade, mesmo diante das violências e agressões que sofre”, explica Airton Souza.

O resultado dos prêmios será anunciado em uma única noite, no próximo dia 30 de setembro, em São Paulo. Somente os vencedores, de cada categoria, terão suas obras publicadas por uma editora parceira da UBE.

A pressão por novas obras

Questionado pela reportagem se existe uma pressão por novas obras mais densas – como “Outubro de carne estranha” que foi premiadíssimo em todo o país – visto que os atuais finalistas são de literatura infantil e juvenil, Airton revela que essa é uma cobrança comum, tanto de leitores quanto de outros autores. “Recentemente, o consagrado escritor Valter Hugo Mãe expressou essa expectativa, dizendo que eu era muito chato, porque entreguei um livro tão bom, e agora ele estava esperando mais, outros livros”.

Em resposta a essa expectativa, Airton Souza revela que já tem um novo projeto em andamento. O romance “O fedor da carne de Deus”, com lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026, pela Editora Record, promete um debate contundente sobre as violências que se iniciam dentro de casa e se expandem para a sociedade.

“O livro é narrado por um menino de 13 anos. A obra aborda temas como homofobia, machismo e violência doméstica, com o objetivo de gerar reflexão e, se não for possível acabar com as violências, pelo menos diminuí-las. O enredo se passa no Nordeste, no Maranhão, e tem uma forte conexão afetiva com o mar e com o rio. No final das contas, o livro, pelo menos é o que eu estou tentando fazer, é comover as pessoas pra que a gente diminua um pouco dessas violências que existe nesse país e no mundo como todo”.