Setembro é dedicado à conscientização sobre o aneurisma cerebral, uma doença silenciosa que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pode atingir até 2% da população mundial. A enfermidade está entre as principais causas de óbito no planeta.
Em Marabá, o Hospital Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP) realiza, desde junho de 2022, a embolização cerebral no serviço de hemodinâmica, capaz de tratar o aneurisma sem necessidade de cirurgia aberta. O procedimento minimamente invasivo já salvou 104 vidas, oferecendo tratamento de alta complexidade.
Rosilene dos Santos mora na região de Carajás, e descobriu o aneurisma após enfrentar uma forte e persistente dor de cabeça. Ela recebeu atendimento imediato, que devolveu tranquilidade à família. “Eu senti como se minha vida estivesse por um fio, mas quando cheguei aqui fui acolhida com rapidez e carinho. Hoje tenho esperança e gratidão por tudo, obrigado a todos”, relatou.
Leia mais:Outro caso é o de Lúcio Flávio Lima, também, morador da região de Carajás. Ele relembra o momento em que recebeu o diagnóstico e o impacto do tratamento no Hospital Regional. “Achei que não teria mais chances, mas aqui encontrei médicos preparados e uma equipe que me deu confiança. Cada cuidado que recebi foi como um renascer, e hoje só tenho gratidão por estar vivo e poder voltar para minha família”, destacou emocionado.
A enfermeira Crisila Reis, responsável pelo setor, destaca que a unidade dispõe de um dos equipamentos de hemodinâmica mais modernos do Pará. “A tecnologia empregada nos exames e procedimentos garante precisão no diagnóstico e maior segurança durante a embolização, favorecendo uma recuperação mais rápida aos pacientes”, explicou.
Sintomas e tratamento
Segundo o neurocirurgião Márcio Costa, subespecialista em neurorradiologia intervencionista, que atua no serviço de hemodinâmica do Regional em Marabá, o aneurisma cerebral é uma condição grave caracterizada pelo enfraquecimento e dilatação anormal de uma parede da artéria no cérebro, criando ponto vulnerável ao rompimento.
“Os sintomas surgem de forma repentina e costumam incluir dores de cabeça fortes, muitas vezes relatadas pelos pacientes como ‘a pior dor da vida’. Também podem ocorrer náuseas, vômitos, perda de consciência e alterações neurológicas. Todos esses sinais exigem procura imediata por atendimento médico”, destaca o profissional.
Para tratar a doença, é realizada a embolização cerebral, técnica moderna e minimamente invasiva. “Com microcateteres finos, inseridos pela artéria femoral na virilha e guiados por imagens em tempo real, colocamos microespirais dentro do aneurisma, bloqueando o fluxo de sangue e prevenindo a ruptura”, explica Marcio.
Segundo o neurocirurgião, a técnica oferece diversos benefícios: evita a abertura do crânio, reduz as complicações pós-operatórias, diminui a dor, encurta o período de internação e garante uma recuperação mais rápida e segura. “Cada paciente que chega até nós é tratado com a máxima urgência e cuidado. Nossa missão é transformar medo em esperança e devolver qualidade de vida às pessoas”, conclui o médico.
Prevenção – Confira as orientações do neurocirurgião:
Controle a pressão arterial: mantenha níveis adequados com acompanhamento médico;
Pare de fumar: o tabagismo aumenta o risco de rompimento de aneurismas;
Evite consumo excessivo de álcool: moderação é fundamental para a saúde vascular;
Pratique atividade física regularmente: fortalece o sistema cardiovascular;
Tenha alimentação equilibrada: reduza sal, gorduras saturadas e ultraprocessados;
Faça check-ups periódicos: exames podem identificar fatores de risco precocemente;
Reduza o estresse: técnicas de relaxamento e sono adequado ajudam a proteger o coração e o cérebro;
Estrutura – O Hospital Regional do Sudeste do Pará “Dr. Geraldo Veloso” é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade oferece 100% dos atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital conta com 135 leitos, sendo 97 destinados à internação clínica e 38 voltados às Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, Pediátrica e Neonatal.
(Agência Pará)