Correio de Carajás

Concurso para auditores federais da Agência de Mineração tem 8 ‘crias’ de Marabá

Certame mais estrelado do Executivo federal este ano teve resultado final publicado e foi homologado nesta quinta (21). Entre os classificados, há ex-alunos de Marabá oriundos de Belém e Parauapebas

O curso de Engenharia de Minas de Marabá conseguiu um feito inédito: emplacar a maior parte dos classificados no concurso público para o cargo de especialista em recursos minerais da Agência Nacional de Mineral (ANM), órgão que atualmente está no centro das atenções da geopolítica mundial devido à busca desesperada por minerais críticos e estratégicos.

O concurso da ANM, que se arrastou em incontáveis etapas desde o final do ano passado e foi homologado nesta quinta-feira (21) (veja aqui https://cdn.cebraspe.org.br/concursos/anm_24/arquivos/874E96BC0052EFB8B2C0D8CB85724FE2BF59678B6C2E5C34A0D1A81FBA0F54FC.pdf), é considerado um dos mais difíceis do país, e a autarquia federal especial não fazia certame expressivo para seu quadro geral desde 2010, quando ainda era Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Com progressão até o topo da carreira em 13 anos, a remuneração passa de R$ 30 mil com o auxílio-alimentação, e há proposta em curso para superar R$ 40 mil.

Das 72 vagas imediatas oferecidas para auditor de regulação especialista na área de Engenharia de Minas, o curso de graduação de Marabá ofertado pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) abocanhou oito oportunidades, sendo sete no Pará e uma em Rondônia. Até 2014, o curso esteve sob a batuta da Universidade Federal do Pará (UFPA), cuja estrutura em solo marabaense foi desmembrada para formar a Unifesspa.

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Os classificados nas vagas imediatas são:

  • Péricles Monteiro Quadros, 1º em RO | Turma de 2007
  • João Pedro Júnior Miranda dos Reis, 1º no PA | Turma de 2014
  • Katarine Silva Costa, 2ª no PA | Turma de 2012
  • Andreia Raiol Pinheiro, 4ª no PA | Turma de 2008
  • Michael José Batista dos Santos, 5º no PA | Turma de 2009
  • Bruno Soares Mosso, 6º no PA | Turma de 2010
  • André Santos de Souza , 7º no PA | Turma de 2008
  • Pedro Vitor Pastana da Cunha, 8º no PA | Turma de 2009

Difícil e de alto nível

Por diversas razões, o concurso da ANM pode ser considerado o mais difícil no âmbito das agências reguladoras do Executivo federal. O alto nível dos candidatos levou o certame a ter a maior nota média no curso de formação e, por incrível que pareça, a ter vaga não preenchida em Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo, exatamente no cargo dos engenheiros de minas.

Foram duas avaliações aplicadas pelo Cebraspe, banca organizadora do certame. Em janeiro, os candidatos foram submetidos a uma bateria de 120 questões com apenação e uma discursiva “cruel”, que eliminou muitos candidatos bem posicionados na objetiva. A etapa era eliminatória.

Em julho, os classificados dentro das vagas imediatas marcharam para Brasília, onde participaram de um curso de formação promovido pela ANM e, mais uma vez, enfrentaram prova eliminatória e classificatória de 100 questões que tiraria do páreo quem não acertasse o mínimo de 70%. Todos os egressos de Marabá acertaram entre 85% e 95% da prova.

Entre os 217 classificados considerando-se todas as vagas, há quem também tenha cravado o nome em concursos do Banco Central, Tribunal de Contas, Secretarias de Fazenda estaduais e Embrapa. Um dos classificados de Marabá também emendou o nome entre os três primeiros colocados do concurso da Polícia Federal para o cargo de perito criminal na área de Engenharia de Minas.

O Correio de Carajás apurou que a ANM quer “pra ontem” a convocação dos futuros servidores, mas agora depende do aval do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI). A autarquia prevê a nomeação dos 217 para até novembro.

Além disso, há expectativa de convocação de parte do cadastro reserva em 2026, o que pode levar mais egressos de Marabá a ingressarem na ANM nos estados do Pará, Amapá e Goiás, para os quais estão aprovados na lista de espera. Atualmente, a agência opera com apenas 30% do total de servidores previstos na lei de criação de cargos da autarquia. Além disso, 40% do quadro efetivo encontra-se em abono permanência.