Correio de Carajás

Tribunal reabilita advogado do “Caso Sara Nunes”

Arnaldo Ramos está reabilitado para fazer a defesa de Sara Nunes em um dos júris mais aguardados na cidade/Foto: Evangelista Rocha
Por: Chagas Filho

Em 29 de maio deste ano, o advogado Arnaldo Ramos de Barros Júnior não pôde comparecer ao julgamento de Sara Nunes, que matou a jovem Ana Beatriz Machado. O advogado havia justificado ausência por estar viajando. Mesmo assim, a juíza presidente do Tribunal do Júri, Alessandra Rocha da Silva Sousa, desconstituiu Arnaldo do caso. Mas, agora, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) reformou a decisão da juíza e, por mandado de segurança, habilitou Arnaldo novamente na defesa. O novo julgamento deve ocorrer em 4 de dezembro.

No dia do julgamento, Arnaldo estava participando de outro Tribunal do Júri no Estado de Pernambuco, no caso de um réu preso há quatro anos e cujo julgamento já havia sido marcado anteriormente. Arnaldo explicou na ocasião que tinha pedido o adiamento do júri de Sara Nunes. Mas, mesmo assim, a juíza manteve o júri, que foi encerrado logo após seu início pela ausência de Arnaldo.

Para a desembargadora Rosi Maria Gomes de Farias, do TJPA, a decisão da juíza em retirar o advogado do caso configurou “cerceamento de defesa”. “Apesar de haver mais duas advogadas constituídas nos autos, a defesa ingressou em tempo hábil com pedido de remarcação do júri, justificando seu pedido”, reafirma a desembargadora.

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Ela lembrou ainda que a acusada, no dia que ocorreria seu julgamento, manifestou interesse na manutenção do advogado Arnaldo Ramos em sua defesa. “A escolha do advogado é prerrogativa do réu, mesmo sabendo do atraso de seu julgamento”, explica.

Nesse sentido, a magistrada votou pelo conhecimento e concessão do mandado de segurança, no sentido de determinar a reabilitação do advogado na defesa de Sara Nunes Ferreira.

O CRIME

Sara Nunes assassinou a jovem Ana Beatriz, sua ex-colega de trabalho, a golpes de faca, em um bar no Bairro Novo Horizonte (Marabá), após as duas terem discutido por mensagens de telefone. O crime foi praticamente todo filmado por câmeras de segurança do estabelecimento e também por celular. O caso gerou grande repercussão e revolta e o julgamento é um dos mais aguardados dos últimos anos.