📅 Publicado em 08/08/2025 18h04
Na tarde desta sexta-feira (8), o perfil oficial de Flávia Alves divulgou uma nota de repúdio em resposta à manifestação publicada pela OAB de Marabá em solidariedade à advogada Cristina Longo, que atuou na defesa de Willian Sousa, acusado de matar Flávia.
Na quinta-feira (7), Cristina Longo deixou o plenário do Tribunal do Júri durante o julgamento de Willian Sousa. Com a saída da advogada, o julgamento foi adiado pela juíza Alessandra Rocha, que presidia a sessão.
Na manhã desta sexta, a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil afirmou em nota que Cristina Longo teria sido alvo de interrupções constantes, tratamento desrespeitoso, teve o microfone cortado e a palavra cassada pela juíza, atitudes que, segundo a OAB, provocaram comemoração por parte do público presente.
Leia mais:Em resposta, o perfil oficial de Flávia publicou uma nota de repúdio, criticando a postura da instituição por não acolher a mãe da vítima, assassinada de forma brutal. Segundo o texto, a manifestação da OAB contribui para deslegitimar a busca por verdade e justiça.
Leia a nota na íntegra:
“Nós, Familiares, amigos e população de Marabá manifestamos nosso mais profundo repúdio à postura adotada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) diante do caso envolvendo a mãe de uma vítima de feminicídio. (FLÁVIA ALVES BEZERRA)
É inadmissível que, em um momento de dor e luta por justiça, uma mãe que perdeu sua filha para a violência brutal seja alvo de ações e posicionamentos que, em vez de oferecer acolhimento e apoio, acabam por agravar seu sofrimento e deslegitimar sua busca por verdade e punição dos responsáveis.
A OAB, instituição que deveria se colocar como defensora dos direitos humanos, da justiça e da dignidade, não pode e não deve agir de forma a intimidar, silenciar ou constranger aqueles que, legitimamente, clamam por justiça. Tal conduta representa não apenas um retrocesso social, mas também uma afronta aos princípios éticos e à própria missão da advocacia, que é a defesa intransigente dos direitos e garantias fundamentais.
Exigimos que a OAB reveja sua postura neste caso, garantindo transparência, respeito e, sobretudo, empatia à mãe da vítima, que já carrega consigo a mais dolorosa das perdas. Que prevaleçam a verdade, a justiça e a humanidade sobre quaisquer interesses corporativos ou políticos.
Não nos calaremos diante da injustiça.
Não aceitaremos que a dor de uma mãe seja usada para calar a luta contra o feminicídio”.
RELEMBRE O CASO
Antes do início do julgamento, Cristina Longo havia tentado suspender ou adiar a sessão por meio de um mandado de segurança, alegando irregularidades na apresentação de provas, mas o pedido foi negado. Durante a sessão, a advogada se exaltou várias vezes, principalmente no depoimento do delegado que presidiu o inquérito, e teve o microfone cortado pela juíza após insistentes interrupções. O clima esquentou com troca de palavras duras entre Cristina e a promotora Cristine Magella, até que a advogada retirou a beca e deixou o plenário, abraçando o réu ao sair.