Correio de Carajás

PF de Redenção mira financiadores de garimpos em terra indígena

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e realizada uma prisão em flagrante

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira cinco mandados de busca e apreensão e realizou uma prisão em flagrante/ Fotos: Divulgação PF
✏️ Atualizado em 08/08/2025 13h46

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (08/08), a Operação Cupim de Aço, que apura o financiamento a garimpos ilegais no entorno da Terra Indígena Apyterewa.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Tocantins, sendo arrecadadas mídias, veículos, joias, armas e outros elementos de interesse para a investigação.

Foram três mandados no distrito da Taboca, no município de São Félix do Xingu; e dois alvos no Tocantins, sendo um em Araguaína e o outro em Campos Lindos, onde também foi feita uma prisão em flagrante de um dos alvos, por porte ilegal de arma de fogo.

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A investigação teve início após a identificação de degradações ambientais na região, por meio de monitoramento remoto da Polícia Federal. Deflagrada a Operação policial in loco, em maio de 2024, foi possível identificar a existência de garimpo ilegal de cassiterita em plena atividade. Com o decorrer das apurações, foi possível apontar os donos do garimpo (financiadores) e o arrendatário da terra onde ocorria a extração mineral ilegal.

As investigações terão continuidade para identificar o volume do prejuízo, a degradação ambiental, existência de outros pontos de garimpo e demais envolvidos.

Máquinas foram destruídas e os seis garimpos exploravam ouro e cassiterita ao mesmo tempo na TI Apyterewa

RELEMBRE

Seis garimpos de ouro e cassiterita foram fechados na operação Aurum Protectio, deflagrada pela Polícia Federal, com o apoio do IBAMA no dia 16 de julho último.

Os seis garimpos exploravam ouro e cassiterita ao mesmo tempo. Eles estavam localizados no entorno e no limite da terra indígena de Apyterewa, que recebeu grande operação de desintrusão de invasores no final do ano passado.

Uma máquina escavadeira hidráulica foi apreendida e outras seis foram inutilizadas, junto com dois motores estacionários e uma caixa de coleta de minérios. A inutilização é prevista em lei, para quando há impossibilidade de remoção do equipamento, como forma de evitar que seja reutilizado no crime ambiental.

Os trabalhadores do garimpo viviam de maneira improvisada, em barracões de lona, sem portas ou paredes, com banheiros inadequados, água impropria para consumo e condições precárias. As provas colhidas no local serão usadas no inquérito para o indiciamento por redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo.