Correio de Carajás

Marabá: presidente da Câmara convoca mobilização para resolver crise salarial dos servidores

Ilker Moraes critica decreto municipal que afeta profissionais de nível superior e pede união nas comissões para intermediar solução

Por: Da Redação
✏️ Atualizado em 06/08/2025 10h40

O presidente da Câmara Municipal de Marabá, Ilker Moraes (MDB), fez um chamado contundente durante a sessão de reabertura dos trabalhos legislativos nesta terça-feira (5) para que o Legislativo se mobilize na resolução de uma crise que afeta os salários dos servidores públicos de nível superior do município. É a reação do Legislativo à canetada do governo Toni Cunha em 23 de julho mudando o cálculo do Adicional por Tempo de Serviço (ATS).

O pronunciamento do parlamentar se tornou o principal destaque da primeira sessão ordinária do segundo semestre, superando até mesmo a expectativa em torno da votação sobre as denúncias contra o prefeito Toni Cunha (PL), que é a prioridade da bancada governista.

Durante seu discurso, Ilker demonstrou indignação com um decreto municipal que, segundo ele, foi baseado em um relatório que “não tinha sido levado em conta” anteriormente e que agora, “do dia para a noite”, passou a embasar uma medida que “mexe com o salário de todos os profissionais de nível superior de Marabá”.

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O presidente da Câmara foi enfático ao declarar que “não dá para aceitar” a forma como a situação foi conduzida pelo Executivo municipal, caracterizando o problema como “uma boa pauta para quem quer trabalhar”.

Convocação para diálogo

O presidente anunciou sua intenção de convocar diversos órgãos municipais para um amplo diálogo sobre a questão. “Convoque a procuradoria, que convoque as secretarias, que convoque os servidores para que a gente abra esse diálogo”, declarou o presidente, identificando especificamente as áreas de saúde, educação e finanças como setores diretamente afetados pela medida.

O parlamentar também fez um apelo direto aos colegas vereadores: “Eu queria aqui convocar todas as comissões que a gente se una em prol desse debate”, demonstrando a intenção de transformar a questão em uma prioridade institucional da Casa.

Compromisso institucional

O presidente da Câmara enfatizou que considera esta “já uma boa pauta para quem quer trabalhar” e que o Legislativo “já inicia o semestre com um grande problema para intermediar a solução”. A declaração sinaliza que a questão dos servidores públicos deve dominar a agenda política municipal nos próximos meses.

Moraes também destacou a importância do trabalho das comissões permanentes, lembrando que “o compromisso maior nosso enquanto poder legislativo” não se limita às sessões de terça-feira, mas começa “na segunda-feira nas comissões”.

Sessão

Paralelamente ao discurso do presidente, a sessão foi marcada pela hospitalização de emergência do vereador Aerton Grande (União Brasil), que precisou deixar o plenário às pressas por volta das 11h devido a um quadro alérgico. O parlamentar foi encaminhado ao Hospital Municipal de Marabá (HMM), conforme informações prestadas pelo colega Márcio do São Félix (PSDB).

Embora tenha conseguido registrar sua presença no sistema eletrônico da Casa antes da intercorrência médica, todos os votos de Aerton Grande nas matérias subsequentes foram automaticamente contabilizados como abstenção.

Votação do parecer

A deliberação sobre o pedido de arquivamento das denúncias contra o prefeito Toni Cunha, que era aguardada com expectativa, não constou da pauta da sessão ordinária. Segundo informações do vereador Cabo Rodrigo (PL), líder do governo na Câmara, a análise deverá ser realizada em sessão extraordinária convocada para quinta-feira (7) ou durante a sessão ordinária de terça-feira (12).

O vereador Márcio do São Félix (PSDB) abordou questões operacionais da Casa, destacando que na segunda-feira anterior já haviam iniciado os trabalhos das comissões permanentes, com “uma pilha de materiais, de matérias, tanto do legislativo quanto do executivo para serem apreciadas”, mas que infelizmente o quórum foi baixo. Apelou a maior participação dos colegas.

Vereador Márcio destacou que comissões estão abarrotadas de projetos a analisar

No entanto, ele lamentou que apenas ele e o vereador Jocenilson estiveram presentes na Comissão de Justiça, embora reconheça que “todos os vereadores têm suas justificativas, têm seus afazeres e seus compromissos”. O vereador Pacheco também compareceu brevemente.

Perspectivas

Com a questão dos servidores públicos assumindo protagonismo na agenda legislativa, o segundo semestre na Câmara de Marabá promete ser marcado por intensos debates sobre políticas públicas municipais. A postura combativa do presidente Moraes sinaliza que o Legislativo pretende exercer um papel mais ativo na fiscalização e no controle dos atos do Executivo.

A mobilização anunciada pelo presidente, envolvendo procuradoria municipal, secretarias e os próprios servidores, pode representar um marco na relação entre os poderes municipais, especialmente em um momento de tensão política já elevada devido às denúncias contra o prefeito.

Servidores

A questão levantada por Moraes afeta diretamente milhares de servidores públicos municipais de nível superior, incluindo profissionais das áreas de saúde, educação e administração. A promessa de abertura de diálogo representa uma esperança para esses profissionais, que podem ter sido surpreendidos pelas mudanças implementadas pelo decreto municipal.

O comprometimento do presidente da Câmara em transformar a questão em prioridade legislativa demonstra o reconhecimento da importância desses profissionais para o funcionamento dos serviços públicos municipais e para o bem-estar da população marabaense.