Correio de Carajás

Entre gigantes, Fogo no Rabo conquista o 4º lugar no Nacional

Eita Junino, de Roraima, alcançou o 1º lugar no pódio e a Raio de Sol, de Pernambuco, conquistou a segunda colocação

Fogo no Rabo deu show em Canaã e colocou o Pará entre os melhores do País/ Fotos: Ulisses Pompeu
Por: Luciana Araújo

Quem acompanhou a trajetória da Quadrilha Fogo no Rabo desde sua vitória no concurso estadual, em Itupiranga, assistiu a uma verdadeira história de superação até a apresentação em Canaã dos Carajás. Vice-campeã em Marabá, o grupo passou por uma repaginação: aumentou a quantidade de pares, reforçou os efeitos especiais e lapidou a coreografia. O resultado foi o 4º lugar no Concurso Nacional de Quadrilhas.

A Fogo entrou no quadrilhódromo do Canaã Cidade Junina na madrugada desta segunda-feira (14), encerrando a última noite de apresentações. A ansiedade e a pressão que recaíram sobre os brincantes diante dessa responsabilidade foram visíveis na arena. Dançando pelo fim do desmatamento e contra a violência aos povos originários, a junina não se deixou intimidar pela ausência de cenários elaborados — como os das demais concorrentes — e mostrou a força que o Pará tem.

A Fogo no Rabo dançou pelo fim do desmatamento e contra a violência aos povos originários

O resultado veio na nota: 776,8 pontos. Apenas um décimo atrás da 3ª colocada, Arraiá Zé Testinha (CE), e à frente de quadrilhas renomadas, como Moleka 100 Vergonha (PB) e Explode Coração (MA).

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Ademar Gomes Dias, coordenador da junina, comemorou o título como uma vitória de Copa do Mundo. A quadrilha que saiu do bairro Santa Rosa para Canaã dos Carajás mostrou ao Brasil que o Norte tem quadrilha de excelência. Além da Fogo, apenas mais uma junina nortista ficou entre os seis primeiros colocados: a Eita Junino, de Roraima, coroada em 1º lugar.

“É só felicidade. Já pensou ficar em 4º lugar, disputando com grandes quadrilhas do Brasil inteiro?! Elas trouxeram estruturas imensas. Vocês viram o espetáculo que a grande campeã fez. Na minha opinião, a vitória foi mais do que merecida”, declara Ademar, segundos antes de ser abraçado por uma horda de integrantes da Fogo no Rabo completamente extasiados.

Antes do Nacional a Fogo aumentou os pares, reforçou os efeitos especiais e lapidou a coreografia

Em conversa com a reportagem, minutos após a apresentação, Ademar desabafou que a sensação era de dever cumprido. Antes de avaliar o desempenho do grupo, fez questão de exaltar a qualidade das outras 17 juninas que participaram da competição, destacando que estão entre as melhores do país.

“Nós tínhamos que encerrar da maneira que encerramos. Tudo saiu como planejado, os brincantes deram o máximo dentro de quadra. É muito gratificante ver eles dançando, um fortalecendo o outro. É um sentimento de dever cumprido, e agradecemos a Deus por isso”, finaliza.

Mesmo sem grandes cenários, a Fogo no Rabo mostrou a força do Pará