Josemira celebra Canaã Cidade Junina como vetor de atração turística

Ao final do longo “Canaã Cidade Junina”, o maior festejo do Pará com 18 dias de evento, a prefeita da cidade, Josemira Gadelha, falou ao Correio de Carajás e exaltou o projeto criado em sua gestão e que tem reunido em quatro edições grupos juninos de diversas partes do Brasil, promovendo o turismo no município e transformando a Terra Prometida em um polo de produção cultural de referência na região de Carajás.

A gestora também falou na entrevista sobre a importância de unir os esforços da comunidade para o bem-estar coletivo, destacando os pilares que vão guiar o planejamento estratégico para os próximos 25 anos: felicidade, prosperidade e sustentabilidade.

A seguir, acompanhe a entrevista concedida à equipe do CORREIO DE CARAJÁS, que passou o último final de semana na cidade para acompanhar o evento:

CORREIO DE CARAJÁS – Criar uma cidade junina dentro da cidade e no meio da Amazônia é um desafio muito grande. Onde nasceu essa ideia até chegar ao momento atual?

JOSEMIRA GADELHA – Primeiramente acreditando na nossa cultura, entendendo que é importante a gente fortalecer isso em nosso município. Segundo, visando uma segunda matriz econômica que é o turismo de eventos. Para isso, precisamos formar uma equipe capacitada, uma equipe de governo, de fato, que se envolve e faz acontecer. O Canaã Cidade Junina vai muito além do que nós podemos acompanhar aqui no nosso dia a dia. Ele transforma vidas por meio da economia e isso é gratificante e justifica o investimento que fazemos.

Só aqui, nesses 18 dias, nós tivemos quase 100 expositores, pessoas vendendo o produto que eles fabricam, pessoas que colocam ali na mesa o que produzem e Canãa dos Carajás tem se fortalecido com esse projeto magnífico. Não apenas em quem está expondo, mas também por meio da cidade unidade, atraindo também pessoas que vivem nos seus arredores. Com isso, são beneficiados os restaurantes, hotéis, lojas, salões de beleza e, assim, a nossa economia ficou aquecida durante esses 18 dias.

CORREIO DE CARAJÁS – A senhora falou em um ponto bem interessante, porque pra gente, que veio de Marabá acompanhar o Concurso Nacional, foi difícil encontrar vaga em hotel nesses dias agora, mesmo tendo procurado uns 15 dias antes. Isso é realmente o reflexo do que você acaba de falar, né?

JOSEMIRA GADELHA – Exatamente. Isso é o reflexo do nosso olhar para o Canaã, Cidade Junina, para esse evento, que é apenas um dos que promovemos visando ao fortalecimento do turismo de evento. Buscamos sempre aquecer, movimentar a nossa economia, que ano após ano tem crescido de forma expressiva. A gente tem acompanhado os resultados muito positivos na vida das pessoas que fazem o mundo acontecer aqui dentro.

Além dos nossos artistas locais, que também participam e têm espaço para apresentar suas produções. A nossa cultura, de um modo geral, está se fortalecendo, com os grupos juninos locais se apresentando, ao mesmo tempo em que oferecemos shows nacionais, eventos pensados para as nossas famílias, com diversão e alegria também para as crianças.

CORREIO DE CARAJÁS – Cidades vizinhas, como Parauapebas, Marabá, já olham para Canaã como exemplo em várias áreas, e até com uma pitadinha de inveja. Isso é resultado do esforço local para alcançar o desenvolvimento?

JOSEMIRA GADELHA – Canaã, Cidade Junina, já foi declarado Patrimônio Artístico Cultural do Estado do Pará. E nós trabalhamos além das fronteiras. Por isso que Canais dos Carajás tem chamado a atenção, atraindo os nossos municípios vizinhos, os estados, a Federação como um todo.

Somente nesse final de semana tivemos 18 estados que vieram para participar com seus grupos juninos do Concurso Nacional de Quadrilha, então, movimentamos a economia também dessa forma, trazendo mais pessoas para conhecer a nossa Canaã dos Carajás. E o importante é pensarmos em fortalecer o turismo na nossa região como um todo.

Ideias boas servem para que a gente se inspire mesmo. É isso que é importante, que todas as cidades deem as mãos contribuindo para que nossa região se fortaleça no turismo de eventos.

CORREIO DE CARAJÁS – Canaã tem crescido bastante nos últimos cinco anos, desde seu primeiro mandato. Quais são os desafios principais que você visualiza para os próximos três anos e meio de sua gestão?

JOSEMIRA GADELHA – Olha, os maiores desafios são os de um município minerador. Canaã do Carajás, Parauapebas, Marabá, os municípios próximos aqui a nós, que são mineradores. O nosso grande desafio é a migração, receber pessoas todos os dias. Nós fazemos planejamento para quatro anos.

E esse planejamento, com seis meses, muda completamente porque a gente recebe mais pessoas para atender na educação, na saúde, no desenvolvimento social, no desenvolvimento econômico e surgem novos desafios.

Mas temos uma equipe muito boa, que atua com planejamento estratégico, com ações que têm nos ajudado a manter uma gestão de qualidade, que faça entregas efetivas na casa do cidadão e da cidadã do nosso município.

CORREIO DE CARAJÁS – A senhora lembrou que o planejamento muda rapidamente, mas é possível também fazer um planejamento a longo prazo, para 20, 30 anos?

JOSEMIRA GADELHA – Sim, estamos trabalhando nesse sentido. Nós temos a Fundação Getúlio Vargas contratada para nos ajudar no desenvolvimento de uma estratégia de longo prazo para transformar a cidade no município mais feliz, próspero de sustentável do país. Trata-se do projeto “Canaã dos Nossos Sonhos”, que busca criar um modelo de crescimento equilibrado e ambientalmente responsável para a região.

Nosso objetivo é transformar a cidade em uma referência em qualidade de vida e progresso econômico. O plano prevê um horizonte de crescimento até 2050, orientando o desenvolvimento do município ao longo dos próximos 25 anos. Um ponto crucial desse planejamento é a transição econômica da cidade. Sabemos que a atividade mineradora, principal fonte de recursos e desenvolvimento de Canaã, começará a ser reduzida nos próximos 25 anos. Com isso, o plano busca, desde já, estabelecer novas matrizes econômicas para substituir a mineração como principal motor do desenvolvimento local. O foco é identificar e impulsionar novas fontes de receita e atividades econômicas que, no futuro, estarão maduras para assumir as rédeas do desenvolvimento de Canaã.