Correio de Carajás

Três em cada dez residentes em Parauapebas são do Maranhão

Trem de passageiros é historicamente elo entre os dois estados/ Foto: Divulgação EFC

Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados recentemente pelo IBGE, mostram que Parauapebas, no sudeste do Pará, tem a maior proporção de migrantes maranhenses entre os municípios paraenses. Praticamente 30% da população residente na cidade nasceu no Maranhão — o equivalente a três em cada dez moradores. Os números foram analisados pelo mestre em Economia, Wesley Oliveira, a pedido do Correio de Carajás.

O dado reforça uma característica marcante da formação social de Parauapebas: a presença histórica e significativa de pessoas vindas do estado vizinho. Em 2010, o percentual de maranhenses era ainda maior, chegando a 35,3%. Apesar da queda proporcional, os números absolutos continuam expressivos, dado o crescimento populacional do município na última década: dos quase 268 mil habitantes em 2022 da capital do minério, cerca de 79 mil eram nascidos no Maranhão.

Para se ter uma ideia da tamanha representatividade desses números, o segundo estado de nascimento dos residentes é o Tocantins, com apenas 2,8%. Dos que nasceram no próprio estado do Pará são 55%.

Leia mais:

Esse padrão migratório também aparece com força em outras cidades paraenses. Curionópolis (25,9%), Dom Eliseu (23,2%), Ulianópolis (21,9%), Goianésia do Pará (21,2%) e Canaã dos Carajás (20,8%) são exemplos de municípios onde pelo menos um quinto da população nasceu no Maranhão.

As razões para esse movimento são diversas, passando por laços familiares, proximidade geográfica e, sobretudo, pela busca por oportunidades de trabalho em áreas com economia dinâmica, como ocorre em Parauapebas e cidades vizinhas, impulsionadas pela mineração, pela construção civil e pela agropecuária.

Essa migração em larga escala tem reflexos diretos no cotidiano das cidades. Em Parauapebas, é possível notar o impacto dessa presença em vários aspectos da vida urbana — dos costumes e sotaques até a culinária e a música.

Essa diversidade molda uma cidade plural, onde a convivência entre diferentes culturas se traduz em trocas cotidianas de experiências e saberes. O perfil demográfico de Parauapebas é, portanto, resultado de um processo contínuo de movimento de pessoas, que contribuem para construir uma identidade urbana em constante transformação.

(Da Redação, com profº Wesley Oliveira)