Correio de Carajás

“Corpus Christi é a manifestação pública do amor de Deus”, diz Dom Vital Corbellini

Solenidade será celebrada na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16, Nova Marabá

Bispo Dom Vital fala com emoção do dia, como uma forma de amor público ao Santíssimo Sacramento/Fotos: Jordão Nunes

No calendário da Igreja Católica, o dia de Corpus Christi ocupa um lugar especial: é uma das datas mais sagradas e simbólicas da fé católica, quando os fiéis celebram a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Para os cristãos é um dia de profunda devoção e de testemunho público, em que o Corpo de Cristo deixa os altares e percorre as ruas, guiado pela fé de seu povo.

Nesta quinta-feira (19) a cidade de Marabá viverá – mais uma vez – a celebração que emociona gerações. A programação tem início com a Santa Missa, às 17h30, no Ginásio da Folha 16, com a presença do bispo dom Vital Corbellini e dos padres das demais paróquias do município. Após a celebração, os fiéis seguirão em peregrinação até o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, também na Folha 16 (Nova Marabá), onde será concedida a bênção com o Santíssimo Sacramento, onde seguirá pelas ruas abençoando os cristãos.

Como de costume e seguindo a tradição, ao longo do percurso serão montados os tapetes de Corpus Christi, confeccionados pelas comunidades católicas desde as primeiras horas da manhã de quinta. A expressão artística da fé, feita com pó de serra, tinta, sal, areia e outros materiais simples, é símbolo de acolhida ao Cristo Eucarístico que caminha entre o povo.

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Os desenhos começam ser feitos dias antes da data, e conta com a participação de pastorais, grupos e movimentos

“MANIFESTAÇÃO PÚBLICA DO AMOR DE DEUS”

Ao Correio de Carajás, dom Vital Corbellini, bispo da Diocese de Marabá, ressaltou que Corpus Christi é a festa da presença real de Jesus Cristo nas espécies do pão e do vinho consagrados. “Lembra a primeira quinta-feira santa, quando Jesus deu a sua vida antes de partir para a casa do Pai. Ele instituiu a Sagrada Eucaristia e disse: ‘Tomai e comei, tomai e bebei… fazei isto em memória de mim’”, recorda o bispo.

Ele ainda ressalta que a solenidade, celebrada pela Igreja desde o século XIII, ganha um sentido ainda mais profundo quando é vivida coletivamente. “Nós iremos às ruas para celebrar, para adorar Cristo no seu corpo e no seu sangue”, diz dom Vital. Segundo o bispo, a eucaristia nos impulsiona para a missão, para amar o próximo, o pobre, o simples, pois Jesus está presente na eucaristia, mas também está presente nos irmãos.

A juventude se mostra em grande parte na realização da pintura e preenchimentos dos desenhos

JUVENTUDE ENGAJADA: SINAL DE ESPERANÇA

Um dos aspectos pontuados pelo bispo, é a emoção em ver a juventude católica engajada no dia. “Nós temos muitos jovens bem engajados na vida comunitária e na missão. Eles se aproximam da eucaristia, querem uma vida coerente com o evangelho”, avalia o bispo.

Em sua reflexão sobre a importância do dia solene, Dom Vital cita o Papa Paulo VI, que dizia que o jovem é aquele que busca a coerência, e ressalta: “Jovem evangeliza jovem. Jovem que comunga Cristo deve comungar também da vida do irmão”.

A celebração, este ano, ganha ainda mais significado, pois acontece dentro do Ano Jubilar -marcado pela esperança. “Nosso tema é a eucaristia como sinal de esperança. Queremos um mundo novo, de paz e de amor. Nela lembramos também das guerras, das dores do mundo, e oferecemos tudo isso como oração. A eucaristia é força para continuar a missão”, conclui.

Os desenhos são um tapete onde Jesus, vivo na eucaristia, passa abençoando o seu povo

CONVITE À FÉ E À COMUNHÃO

Segundo Dom Vital, a escolha, este ano, pelo ginásio da Folha 16 foi feita em conjunto com os padres da cidade, como forma de acolher um maior número de fiéis, assim como a confecção do tapete: cada paróquia ficou responsável por 100 metros do percurso que será aos arredores da igreja. “Acreditamos que o espaço ficará pequeno. Já realizamos celebrações ali em anos anteriores com grande participação”. A expectativa é que cerca de 10 mil pessoas participem da missa solene de Corpus Christi.

Em sua fala final, o bispo deixou um convite àqueles que ainda não compreenderam a importância da data: “Acredite nessa presença real de Jesus Cristo. Ele se fez pão, e vinho, corpo e sangue. Ele nos alimenta para a vida eterna. Corpus Christi é fé, é vida, é missão”, finaliza.

Mais do que uma tradição ou um rito litúrgico, o dia é um chamado à presença, à partilha e ao compromisso com a fé. Em cada passo da procissão, e em cada gesto de silêncio ou oração, se renova o mistério da fé católica: um Deus que se doa, permanece, e alimenta – o corpo e a alma. Um dia de reencontro com o verdadeiro sentido de amar e servir.

(Milla Andrade)