Correio de Carajás

Bombeiros impedem tragédia na orla de Marabá

Bombeiros e outras equipes tiveram de agir com paciência

Um homem passou quatro horas pendurado do lado externo da grade de parapeito, no terceiro piso de um prédio na orla de Marabá, na noite de 9 de junho. Transtornado, ele ameaçava se jogar lá de cima e foi necessária enorme paciência, preparo e destreza dos bombeiros para conseguir demovê-lo dessa ideia e retirá-lo da posição perigosa. Centenas de pessoas passaram pelo local e acompanharam a ocorrência.

A pessoa em questão, que o CORREIO vai nominar apenas pelas iniciais para preservá-lo, é D.S.S.F e tem 29 anos. Apesar de morar na Nova Marabá, segundo relatos de uma pessoa que diz ser sua vizinha, ele é muito conhecido na Marabá Pioneira. Uma irmã dele foi acionada e compareceu ao local imediatamente, tendo acompanhado todo o resgate. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado para cuidados da própria família.

ENTENDA

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O prédio do qual D.S.S.F ameaçava se jogar é um hotel na Avenida Marechal Deodoro, na orla do Rio Tocantins. Os funcionários do estabelecimento disseram que não sabem como ele entrou no imóvel sem ser percebido e que ele não era hóspede. Às 20 horas a primeira pessoa na rua percebeu o homem pendurado na grade com o corpo do lado de fora. Logo foram acionados Corpo de Bombeiros e Samu, que enviaram equipes em ambulâncias.

Policiais Militares, DMTU e Guarda Municipal também chegaram rapidamente e promoveram um isolamento total do perímetro, inclusive afastando curiosos, uma vez que havia quem gritasse estimulando o homem a se jogar. Mas a imensa maioria das pessoas ali presentes estava apreensiva, principalmente os vizinhos, torcendo por um bom desfecho.

De acordo com o relatório de ocorrência do 5º Grupamento de Bombeiros Militar, a guarnição foi acionada pelo Centro Integrado de Operações (CIOP) por volta das 20h07 e chegou ao local às 20h16. D.S.S.F, estava em situação de risco, ameaçando se jogar do segundo andar do prédio.

Perímetro da orla foi isolado para impedir curiosos interferindo

Em entrevista ao CORREIO, o tenente-coronel Felipe Galúcio, comandante do 5º GBM, que participou pessoalmente da operação, relatou os momentos de tensão durante o salvamento.

“Eu cheguei lá por volta das 23h20, quando a situação já durava mais de duas horas. As equipes estavam tendo dificuldade para se comunicar com o rapaz, que inclusive havia passado para outro telhado após uma tentativa frustrada de resgate”, explicou o comandante.

Segundo Galúcio, a negociação com o homem durou aproximadamente 40 minutos. “Conversamos com ele, tentando convencê-lo a desistir do intento. Quando ele começou a ceder, conseguimos trazê-lo um pouco mais para longe da beira. Nesse momento, nosso militar que estava preparado avançou, abordou e segurou ele. Eu fui lá, ajudei a segurar e o trouxemos para um local seguro”, detalha.

A ocorrência mobilizou diversas equipes do Corpo de Bombeiros, incluindo militares a pé e em viaturas. Conforme o relatório, participaram da operação o soldado Monteiro, além das guarnições das viaturas ARL-56, UR-105 e ABT-44, totalizando nove bombeiros militares envolvidos no salvamento.

Após ser contido, o homem, que apresentava agitação extrema e recusava tentativas de diálogo, foi encaminhado ao Hospital Municipal de Marabá (HMM) pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para receber atendimento médico especializado.

“A família também estava presente no local”, acrescentou o comandante Galúcio, destacando a importância do apoio familiar nestes momentos críticos.

A operação foi concluída às 00h10 de terça-feira (10), totalizando mais de quatro horas de trabalho das equipes de resgate. O caso reforça a importância do trabalho integrado entre as forças de segurança e saúde no atendimento a ocorrências envolvendo tentativas de suicídio.

O Corpo de Bombeiros Militar do Pará ressalta que, em casos de ideação suicida, a população pode buscar ajuda através do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 188, disponível 24 horas por dia, ou acionar o CIOP pelo número 190.

(Da Redação)