Nos últimos 12 meses, cerca de 8 milhões de brasileiros foram vítimas de algum tipo de fraude. O levantamento preocupante foi divulgado nesta semana pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), que realizaram uma pesquisa nacional sobre o assunto. Dentre os golpes mais comuns sofridos pelos entrevistados, está a clonagem de cartão de crédito.
A pesquisa ouviu pessoas em 12 capitais brasileiras, incluindo Belém. Para se ter uma ideia, nos quatro primeiros meses de 2018, por exemplo, 2.061 ocorrências de estelionato foram registradas no Estado do Pará. Ou seja, são 17 casos por dia, em média, segundo a Divisão de Investigação e Operações Especiais (Dioe).
Para que tais problemas sejam evitados, o diretor da Dioe da Polícia Civil do Estado do Pará, delegado Neyvaldo Silva, recomenda que o indivíduo sempre suspeite de ofertas que forem excessivamente tentadoras. Segundo ele, essa é uma medida básica para fugir de estelionatários. “Se tem um bem que tem valor estimado em R$70 mil e você recebe uma oferta desse mesmo bem por R$20 mil, deve desconfiar”, exemplifica. “A vantagem, quando é muito grande assim, pode esconder uma dificuldade que você terá no futuro”.
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O delegado destaca que, em alguns casos, é muito difícil reaver todo o prejuízo causado pelo golpe, daí a importância da prevenção a esse tipo de crime. Dentre os casos atendidos pela Dioe, Neyvaldo destaca que os mais comuns se referem a sites que intermediam a compra e venda de produtos. “Atendemos muitos casos de golpes desse tipo, principalmente envolvendo veículos”, aponta. “Os estelionatários usam esses sites para anunciar veículos que custam R$30 mil por apenas R$15 mil. Aí a pessoa deposita uma parte do dinheiro e quando vai atrás do carro, ele não existe ou nem mesmo a loja”. Nesses casos, a precaução está em analisar o veículo presencialmente.
O delegado ainda alerta que é preciso desconfiar de mensagens que chegam pelo celular informando que a pessoa é a ganhadora de algum prêmio, sendo que ela sequer se inscreveu em nenhum concurso. Em alguns casos, golpes desse tipo podem ser usados para aferir os dados pessoais da vítima, informações valiosíssimas e que podem, sim, ser utilizadas para crimes de estelionato. “No caso dos cartões clonados, as quadrilhas especializada nesse tipo de golpe precisam de dados pessoais das vítimas”, explica Neyvaldo. “A gente recomenda que a pessoa não forneça esses dados para qualquer pessoa, principalmente pela internet”.
Quando se refere às vítimas, as principais ainda são os idosos. “Às vezes o idoso se deixa levar pela aproximação de pessoas que buscam aferir vantagem indevida, então, ao sair para contratar ou utilizar caixas eletrônicos, é bom o idoso sempre estar acompanhado de pessoa de sua confiança”, finaliza o delegado.
(Fonte:DOL)