Correio de Carajás

Prefeito é acusado de tentar coagir vereadores durante sessão

Ilker Moraes afirma que a Câmara não vai se deixar intimidar/Foto: Alex Varão (TV Correio-SBT)

Durante a sessão da Câmara Municipal de Marabá (CMM) desta terça-feira (10), o Poder Legislativo acolheu uma denúncia que pede a cassação do prefeito Toni Cunha. O que todo mundo viu é que 12 vereadores votaram a favor, oito votaram contra e um se absteve. Mas o que nem todo mundo viu é que o chefe de gabinete, Marcone Leite, se movimentou bastante pelo plenário e também na antessala. Ele foi para a sessão com uma missão: tentar convencer os vereadores a não receberem a denúncia contra o prefeito. A afirmação foi feita pelo presidente da CMM, vereador Ilker Moraes, durante entrevista à Correio FM na manhã desta quarta-feira (11).

Moraes disse que só não acionou a polícia para dar voz de prisão ao chefe de Gabinete porque o rito de votação ainda não havia começado, quando o chefe de Gabinete tentava cooptar os vereadores. Afirmou ainda que não vai aceitar que os vereadores sejam assediados por prepostos do prefeito.

Ilker Moraes criticou ainda a postura de Toni Cunha, que vive divulgando nas redes sociais que anda armado com uma pistola com balas de ponta oca, o que Moraes considera uma ameaça velada aos opositores do prefeito. Inclusive, o presidente da Casa disse que iria pedir reforço policial para os vereadores, por entender que a Câmara está mexendo com interesses muito grandes.

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O prefeito será investigado por compra de R$ 2 milhões em injetáveis sem licitação, o que favoreceu empresa que negociou com a prefeitura. Também por requisição administrativa do Hospital Santa Terezinha sem decreto de situação de emergência, gerando inclusive uma dívida de mais de R$ 111 mil que nunca foi paga. Terá de se explicar ainda por aluguel de lâmpadas de LED de uma empresa lá do Rio Grande do Norte, pagando mais caro do que o valor considerado normal.

A denúncia versa também sobre pintura de sinalização viária sem o devido procedimento legal. O quinto ponto da denúncia é a possível quebra de decoro por parte do prefeito, principalmente por ter acusado, sem provas, vereadores de pedirem favores ilegais. “Durante a Comissão Processante, o prefeito terá toda a oportunidade de provar as acusações que fez”, observa Ilker Moraes.

Sobre a acusação feita ao chefe de Gabinete, Marcone Leite, nós entramos em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), solicitando uma resposta, mas ainda não recebemos retorno. (Chagas Filho)