Correio de Carajás

Banhistas lotam a Praia do Tucunaré e cobram estrutura

Com balneário desorganizado e “cada um por si”, veranistas também querem bombeiros e presença da Polícia

Embora o calendário ainda aponte para junho, o período de veraneio já se instalou em Marabá com a presença maciça de pessoas na areia da praia. A Praia do Tucunaré, que é o principal refúgio de turistas e banhistas que buscam um descanso nas belezas naturais das águas refrescantes do Rio Tocantins, já está com uma movimentação intensa, atípica para esse início de mês.

O público presente tem animado os comerciantes locais, mas também acendeu um alerta para a ausência de estrutura mínima por parte da Prefeitura de Marabá e também a não atuação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, o que costuma ser comum apenas no “verão oficial”, em julho.

Pedro Júnior, que agora comanda a tradicional “Barraca do Pedro do Flamengo”, dando continuidade ao legado de seu pai, celebra o movimento no balneário. “A movimentação na praia está muito boa, muito grande. Mesmo ainda estando no início do mês de junho, já temos um grande movimento na Praia do Tucunaré”, afirma.

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No entanto, mesmo comemorando a clientela, Júnior alerta sua preocupação com a segurança. “O que nós, barraqueiros, estamos sentindo falta é do apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. A movimentação na praia está muito grande, não dá pra deixar só para o mês de julho. Quando tem uma movimentação muito grande na areia e na água, a gente precisa desse apoio. Desde que a praia apareceu, ainda não tivemos esse apoio aqui. Precisamos com urgência”, desabafa.

Para o banhista Andrei Oliveira, esse verão promete ser muito bom. Contudo, ele ressalta que é preciso que os frequentadores da praia tomem consciência sobre o lixo. “Estamos no início de junho e a praia já está lotada. Eu acho que esse veraneio vai ser promissor. Mas, seria bom que todo mundo trouxesse uma sacola plástica para juntar seu lixo, porque querendo ou não, nossa praia é nosso patrimônio. Precisamos cuidar da praia”.

Controvérsia

Embora não tenha se colocado ao dispor de criar uma estrutura já adequada para suporte na praia e embarque dos banhistas nos barcos, a Prefeitura de Marabá já andou tentando intervir este ano, mas para atrapalhar a vida dos comerciantes.

Como publicado aqui no CORREIO, a gestão do prefeito Toni Cunha tentou inventar moda e proibir as barracas, cadeiras e mesas na lâmina rasa de água. Após suscitar revolta dos frequentadores, o prefeito apareceu nas redes sociais, tentando justificar de que não sabia da medida e voltando atrás na determinação.

Há mais de uma década vendendo acessórios e roupas de banho na praia, Maria Luiza Pereira Pantoja critica a atual gestão e a forma como queriam atuar na Praia do Tucunaré. “Parece que agora o prefeito não vai mais perturbar os barraqueiros. Ele tinha que ir atrás de resolver as coisas da saúde e educação, deixa o povo da praia do jeito que está. Se ele quiser acrescentar tudo bem, agora tirar o que já tem, isso não”.

Trabalhando no trajeto da Praia do Tucunaré há mais de 12 anos, o rabeteiro Hugo Andrade Silva, explica que todo rabeteiro precisa de uma autorização da Marinha do Brasil e a Prefeitura de Marabá.

Além da obrigatoriedade de todas as rabetas e barcos terem coletes salva-vidas. A partir de agora está sendo exigido pela Marinha boias e extintores. Mesmo com as normas, o rabeteiro lamenta a resistência de muitos passageiros. “Eles não querem usar. O que adianta eu usar e o passageiro não?”, questiona.

Sobre o transporte, aliás, é preciso destacar que a passagem de ida ou de volta custa R$ 5 por pessoa, o mesmo preço praticado no ano passado.

O verão na Praia do Tucunaré já começou. Resta saber se o apoio das autoridades e as fiscalizações dos órgãos irão iniciar logo ou somente no mês de julho. (Texto: Da Redação / Reportagem: Josseli Carvalho)

Fotos: Josseli Carvalho