Correio de Carajás

Justiça mantém prisão por tráfico e autoriza quebra de sigilo telefônico

Maxsuel foi apresentado na Delegacia de Homicídios na tarde de quinta/ Foto: Divulgação

A justiça decretou na tarde desta sexta (16) a prisão preventiva de Maxsuel Oliveira Melo, autuado em flagrante na quinta-feira (15) por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. O juiz Wanderson Ferreira Dias, respondendo pela 1ª Vara Criminal da Comarca Marabá, também autorizou a quebra de sigilo telefônico de dois aparelhos apreendidos com ele. A Polícia Civil poderá, agora, acessar fotos, mensagens e outras informações pessoais.

Maxsuel Oliveira Melo foi preso na ponte rodoferroviária no final da tarde de quinta. De acordo com a Polícia Civil, a equipe da Delegacia de Homicídios flagrou os crimes quando decidiu seguir o homem, motivada por informações contraditórias apresentadas em depoimentos na unidade policial.

INFORMAÇÕES CONTRADITÓRIAS

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Durante uma investigação referente a recentes execuções relacionadas às facções criminosas existentes na região, Maxsuel passou a ser monitorado como investigado em um inquérito policial que apura um homicídio com características de acerto de contas envolvendo o tráfico de drogas.

Ao ser intimado para prestar depoimentos em dois procedimentos, conforme a Polícia Civil, ele forneceu endereços diversos daquele onde realmente reside, o que foi comprovado quando a equipe realizou atividades de campo. Para os investigadores, a intenção era dificultar as investigações. Os policiais descobriram, ainda, que Maxsuel mantinha constantes ligações com pessoas relacionadas ao tráfico de drogas e que utilizou a própria casa como ponto de distribuição de entorpecentes para faccionados.

Diante disso, na tarde de quinta, uma equipe de investigadores decidiu montar uma campana nas proximidades da residência dele, na Folha 16, Nova Marabá. Em determinado momento, os policiais viram Maxsuel saindo da casa, em uma motocicleta Honda Biz branca, acompanhado da esposa. A mulher foi vista manuseando rapidamente uma bolsa, onde os policiais suspeitaram haver drogas, e os dois passaram a ser seguidos.

Segundo a Polícia Civil, eles foram até o Bairro São Félix, onde Maxsuel se aproximou de outro homem e recebeu um volume. Os policiais afirmam que não conseguiram abordar a dupla naquele momento porque rapidamente os homens se afastaram e seguiram em direções contrárias.

A equipe então continuou acompanhando o casal, que retornou em direção à Nova Marabá, e acionou uma equipe do Expediente da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil para dar apoio na abordagem, realizada embaixo da ponte rodoferroviária. Durante a revista, foram encontradas uma pistola calibre .9 mm, com oito munições, e uma porção de cocaína.

O casal foi questionado separadamente sobre a venda ou uso de entorpecentes, e a companheira contou uma versão diferente da apresentada por Maxsuel sobre a movimentação ocorrida pouco antes da abordagem.

MACONHA E COCAÍNA

A mulher autorizou os policiais a entrarem no imóvel do casal e, durante a busca, foram encontrados dois tabletes maconha, outras porções menores da mesma droga e embalagens de cocaína, somando aproximadamente dois quilos de entorpecentes.

Maxsuel e a mulher, que não teve o nome divulgado pela Polícia Civil, foram apresentados na Delegacia de Homicídios junto com as apreensões, que incluíram, além da droga, dois aparelhos celulares e a motocicleta. A Polícia Civil não divulgou, até o momento, se a companheira do autuado foi ouvida apenas como testemunha ou se lhe foi implicada alguma acusação.

Também não foi divulgado se Maxsuel é suspeito de envolvimento direto em algum homicídio. Para determinar a prisão preventiva, solicitada pela Polícia Civil, o magistrado avaliou que os elementos demonstrados pela investigação, até o momento, apontam para “periculosidade concreta do flagrado e evidente risco à ordem pública, bem como à instrução criminal e aplicação da lei penal”, caso ele seja colocado em liberdade.

A reportagem não teve acesso ao casal para ouvir a versão para os fatos.  Uma audiência de custódia para avaliar a situação do suspeito foi designada pelo juiz para a próxima segunda (19), às 9 horas.

(Da Redação – com informações da PC e do TJPA)