Correio de Carajás

Câmara aprova criar 18 vagas de deputados e Pará pode ganhar 4 parlamentares

Foto: Reprodução

Os Estados do Pará e de Santa Catarina são os que mais ganharão parlamentares caso o projeto de lei complementar (PLP) que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais, aprovado na terça-feira, dia 6, pela Câmara dos Deputados, também passe no Senado. A mudança valeria a partir da legislatura de 2027.

Motivado pelo crescimento populacional identificado no Censo de 2022, o projeto beneficia, em especial Pará e Santa Catarina, que ganharão quatro cadeiras cada um.

De acordo com a Câmara, a revisão da distribuição de cadeiras na Casa surgiu após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de agosto de 2023, ao acatar uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional, como previsto na Constituição.

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Além de Santa Catarina e Pará, os outros estados que terão suas bancadas ampliadas são Amazonas (de 8 para 10 deputados), Ceará (22 para 23), Goiás (17 para 18), Minas Gerais (53 para 54), Mato Grosso (8 para 10), Rio Grande do Norte (8 para 10) e Paraná (30 para 31).

ENTENDA

O texto a ser enviado ao Senado é um substitutivo do relator, deputado Damião Feliciano (União-PB) para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/23, da deputada Dani Cunha (União-RJ). A proposta foi aprovada no Plenário da Câmara.

O relator optou por uma abordagem política em vez do cálculo diretamente proporcional previsto na Lei Complementar 78/93, revogada pelo texto. “Estamos a falar de um acréscimo modesto de 3,5%, enquanto a população nos últimos 40 anos cresceu mais de 40%”, afirmou.

Damião Feliciano argumenta que a perda de representantes significaria também perda de recursos em emendas parlamentares, aumentando a desigualdade regional (somente o Nordeste perderia oito vagas). “Perder cadeiras significa perder peso político na correlação federativa e, portanto, perder recursos”, disse.

A necessidade de rever a distribuição de cadeiras surgiu após decisão, em agosto de 2023, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao acatar uma ação do governo do Pará que apontou omissão do Legislativo em atualizar o número de deputados de acordo com a mudança populacional, como previsto na Constituição.

A corte deu prazo até 30 de junho para o Congresso aprovar a redistribuição de vagas de acordo com o Censo de 2022, sob pena de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizá-la. O Pará argumentou que teria direito a mais quatro deputados desde 2010. A decisão do STF prevê a manutenção dos 513 deputados federais com redistribuição de 14 cadeiras, tomando como base a lei de 1993.

No entanto, com o aumento de vagas constante da proposta aprovada pela Câmara, os sete estados que perderiam vagas para outros nessa redistribuição continuam com o mesmo número de deputados: Rio de Janeiro (46 deputados) perderia quatro cadeiras; Paraíba (12), Bahia (39), Piauí (10) e Rio Grande do Sul (31) perderiam duas cadeiras cada um; Pernambuco (25) e Alagoas (9) perderiam uma cadeira cada um.

Assembleias estaduais

Além disso, conforme determina a Constituição Federal, o número de deputados estaduais mudará porque a Assembleia Legislativa deve ter o triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados com uma trava de 36. Se atingido esse número, o total será os 36 mais o quanto passar de 12 na bancada federal.

Dessa forma, estados que passam de 8 deputados federais (24 estaduais) para 10 terão assembleias com 30 deputados estaduais (três vezes mais).