Correio de Carajás

Três curta-metragens sobre Serra Pelada serão lançados nesta quarta

As três curta-metragens abordam diferentes perspectivas sobre a história e as experiências vividas na região do garimpo em Curionópolis

Três curtas-metragens vão abordar os dilemas do garimpo e do garimpeiro de Serra Pelada

A produção audiovisual, por ser uma ferramenta de expressão artística, possui um papel essencial na formação de profissionais, pois explora a capacidade de narrar histórias por meio da imagem e do som. No contexto acadêmico, projetos como a exposição de curtas-metragens da turma de 2022 proporcionam aos estudantes a experiência prática de pesquisa, captação de imagens e construção narrativa, unindo teoria e prática para consolidar o que foi aprendido.

No dia 26 de março, a turma de 2022 do curso de Artes Visuais da Unifesspa realizará uma mostra de curtas-metragens produzidos durante uma visita técnica a Serra Pelada, localizada no município de Curionópolis, em setembro de 2024. O projeto, orientado pela professora Sílvia Helena dos Santos Cardoso, resultou em três filmes que abordam diferentes perspectivas sobre a história e as experiências vividas na região do garimpo.

Para a produção, os alunos foram divididos em três grandes grupos e posteriormente em subgrupos, em que cada envolvido foi designado a uma função. Os discentes foram responsáveis por realizar toda a construção dos curta, desde o trabalho inicial durante a expedição até a produção efetiva do material.

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A produção audiovisual teve como ponto de partida uma imersão no local, os estudantes realizaram entrevistas, captaram imagens e exploraram narrativas sobre as transformações históricas, econômicas e sociais da região. “Foi uma experiência muito boa, era minha primeira vez dirigindo e produzindo um filme. Eu trabalho com comunicação de movimento social e essa produção trouxe um aprendizado que sei que vai me ajudar no futuro”, afirma Pablo Santos, diretor do documentário “Bamburrá: sonho utópico”.

O curta traz um olhar sobre Serra Pelada a partir do depoimento de um garimpeiro que viveu o auge da mineração artesanal e acompanhou as mudanças no local. “Quando chegamos, ainda não sabíamos exatamente o que fazer. No fim da viagem, conseguimos a entrevista com um garimpeiro e construímos o filme a partir dela. Tivemos que pesquisar muito para estruturar a narrativa, mas tivemos um bom resultado”, conta Pablo.

Já “Sandrinha, Pepita de Ouro” resgata a história de uma figura lendária do garimpo, mulher que encantou os garimpeiros nas noites agitadas da “Boite”, famosa casa noturna da época. “Ela não é uma personagem fictícia. Toda a pesquisa foi baseada em relatos de antigos garimpeiros, incluindo o meu pai, que apresentou sua história”, explica Nicolly Medeiros, diretora do filme.

Dirigido por Jociel Amarante, “Adeus Mamãe” adota uma abordagem experimental para retratar a vida no garimpo sob a perspectiva de um garimpeiro e de um artista. “O filme cita a ‘Escada da Morte’, um dos símbolos mais marcantes das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores. Nosso objetivo foi transmitir a emoção e os desafios vividos em Serra Pelada”, destaca Jociel.

A exposição dos curtas-metragens é uma oportunidade para o público conhecer diferentes olhares sobre Serra Pelada e refletir sobre os legados deixados pelo garimpo. Além da exibição dos filmes, o evento contará com debates e discussões com os realizadores, promovendo um espaço de trocas sobre memórias, identidade e cinema.

A exibição dos curtas acontecem no dia 26, às 19h no auditório do Campus I de Marabá. O evento é gratuito e está aberto para o público.