Correio de Carajás

Casal encontra criança de 2 anos perdida em trilha

Casal encontra bebê sozinho em trilha — Foto: Reprodução/Instagram

O passeio de bicicleta de Rizi Carvalho, 39, autônoma, de Goiânia, GO, e seu marido tomou um rumo diferente quando eles encontraram uma criança de aproximadamente 2 anos sozinha no meio da trilha. Rizi ficou muito preocupada. “Sozinho no meio do nada, meu Deus, estou desesperada”, disse, em vídeo viral.

Eles decidem ajudá-lo a encontrar sua família e voltam até uma casa distante. Chegando lá, disseram que não conheciam o menino. “Cadê a casa desse bebê? Só mato! Será que ele está perdido? Será que alguém deixou esse bebezinho aqui?”, questiona ela, ofegante.

Felizmente, eles encontram um senhor que disse conhecer a família do pequeno e os acompanhou até a casa dele. No meio do caminho, eles se depararam com a mãe do garotinho, que também estava procurando por ele. Rizi e o marido entregam o menino para a família. “Deus protegeu esse bebê”, destaca.

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Publicado em 5 de março, o vídeo viralizou, alcançando mais de 2,7 milhões de visualizações. “Sou grata por ter tido essa experiência, por ter sido a pessoa que estava no local e na hora certa e, assim, ter encontrado esse anjinho. Não sei quanto tempo ele estava perdido, mas enquanto ele esteve conosco, fizemos de tudo para mantê-lo seguro”, escreveu Rizi na legenda.

Ela resolveu compartilhar o vídeo no Instagram (@rizi_c_moura) para fazer um alerta, mas nunca imaginou que teria tamanha repercussão. “Estou até agora assustada e impressionada com a velocidade que viralizou. Estou maravilhada vendo os comentários, pois vejo, ali, através de milhares deles, que o meu objetivo foi alcançado. Queria glorificar o nome de Jesus e mostrar que existe um Deus fiel, o quanto ele foi bondoso com aquele menino, cuidando dele no período que esteve sozinho e por ter nos colocado no caminho dele, pessoas com boas intenções. E também queria conscientizar a população sobre atenção que temos que ter com nossos pequenos”, diz em entrevista à CRESCER.

‘Foi um alívio’

 

Rizi explica que ela e o marido são ciclistas e estavam conhecendo uma trilha nova. “Acredito que já tínhamos pedalado uns 40 km do local que iniciamos. Em um trecho da trilha avistamos uma criança. A princípio, achamos que tinha mais crianças próximas brincando, mas quando nos aproximamos, vimos que ele estava só. Paramos e perguntamos o nome dele, mas não respondeu. Perguntamos: ‘Cadê a mamãe?’ Ele também não respondeu. Aí, meu esposo gritou: ‘Ei tem alguém aqui?’ Para vê se tinha alguém por perto. Mas ninguém respondeu”, lembra.

Eles ainda esperaram mais alguns minutos para ver se alguém aparecia. No entanto, não tinha ninguém a vista. “Quando percebi que o menino estava sozinho, eu entrei em desespero, porque passaram mil coisas na minha cabeça em questão de segundos. Fiquei com medo de encontrar os pais mortos próximo da criança. Pensei várias coisas, menos que ele tinha chegado ali sozinho, porque não dava para ver casas por perto”, explica.

Então, eles lembraram de passar por alguns homens trabalhando perto de uma fazenda. Decidiram pegar o menino e levá-lo até lá. Mas, os trabalhadores informaram que aquela não era a casa dele. Eles explicaram que, logo em frente, tinham outras duas fazendas.

O casal voltou para onde estavam. “O menino estava em uma bifurcação, olhamos ao redor e vimos que não tinha sinal de casas, não dava para ver porque a mata era alta. Tínhamos que decidir qual estrada seguir para procurar a casa e a família do menino. Decidimos pegar a da direita”, explica. Mais tarde, descobriram que a casa ficava para o outro lado e acabaram se afastando ainda mais.

Nessa estrada, encontraram um casal de idosos. “Eles disseram conhecer a família dele. O senhor prontamente se dispôs a ir conosco até a casa do menino”, diz. No caminho, eles logo encontraram duas mulheres vindo na direção deles. O senhor explicou que era a avó e a mãe. “Foi um alívio, um sentimento de gratidão e dever cumprido. Percebi que a mãe estava aliviada e envergonhada”, recorda.

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‘Quando vimos que o menino estava bem, seguimos nosso caminho’

 

Rizi conversou um pouco com a mãe, que esclareceu o que havia ocorrido. “Ela disse que o menino estava brincando com as outras crianças e não percebeu que foram para estrada”, diz. Assim que notaram o sumiço, a família toda começou a procurá-lo. Enquanto a mãe e a avó foram para a estrada, o pai estava no pasto que cercava a casa deles.

“Eu falei algumas coisas para a mãe sobre atenção, cuidados, tentei me controlar, porque percebi a aflição da mãe. O menino estava aparentemente bem, não tinha sinal de maus tratos, só estava assustado, mas quando viu a avó e a mãe deu para perceber que perdeu o medo”, afirma. “Quando vimos que o menino estava bem, decidimos seguir nosso caminho”, acrescenta. Segundo Rizi, toda a busca pela mãe levou cerca de 25 minutos.

Nem por um instante

 

Não é fácil ficar de olho nas crianças o tempo todo, mas especialistas reforçam que os pais não devem deixar os filhos sozinhos nem por um minuto, principalmente os mais novos. Isso porque eles não têm autocontrole. Até os 8 ou 9 anos, o lóbulo frontal – região do cérebro que regula a impulsividade – ainda está em desenvolvimento. Por isso, as crianças desafiam o perigo o tempo todo, sem real noção dos riscos. Elas nunca devem ficar sozinhas, nem por um instante.

(Fonte:G1/Crescer)