Mark Carney tomou posse como novo primeiro-ministro do Canadá nesta sexta-feira (14) e falou sobre as tensões crescentes com os Estados Unidos.
Em seu primeiro discurso no cargo, o substituto de Justin Trudeau chamou as declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre uma possível anexação do país aos EUA de “loucura”.
“Nunca, de forma alguma, faremos parte dos Estados Unidos”, afirmou, relembrando a fala do republicano sobre o Canadá vir a se tornar o 51º estado americano.
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Mark Carney, ex-governador do Banco do Canadá e ex-diretor do Banco da Inglaterra, foi eleito líder do Partido Liberal no domingo (09).
O economista de 59 anos substituirá Justin Trudeau, que está no cargo há mais de oito anos, desde sua nomeação como chefe de governo em novembro de 2015, e anunciou sua renúncia em janeiro.
Carney obteve 86% dos votos em uma eleição que contou com a participação de cerca de 152 mil membros do Partido Liberal.
A troca de liderança ocorre em um momento em que o Canadá vive uma escalada de tensões com os Estados Unidos, marcada pela guerra comercial promovida por Donald Trump e pelos comentários do presidente americano sobre uma possível anexação de seu vizinho do norte.
Carney assume um mandato-tampão. Uma eleição federal deve ser realizada até 20 de outubro, mas pode ser convocada já nesta semana.
Espera-se que o novo primeiro-ministro conduza o país a novas eleições e, caso o governo não as convoque, a oposição poderá forçá-las por meio de uma moção de censura no Parlamento.
Quem é Mark Carney
Com uma carreira de destaque no setor financeiro, Carney ganhou reconhecimento por sua atuação durante a crise de 2008 e por ter sido nomeado, em 2013, o primeiro estrangeiro a comandar o Banco da Inglaterra.
O economista se lançou como candidato em janeiro para substituir Trudeau como líder do Partido Liberal, disputando a liderança com outros nomes, entre eles Chrystia Freeland, ex-vice-primeira-ministra.
Em dezembro, Trudeau decidiu afastar Freeland do Ministério das Finanças, embora tenha permitido que ela continuasse gerenciando as relações com os Estados Unidos.
Pouco depois, ela renunciou e publicou uma carta crítica ao governo, o que enfraqueceu ainda mais a posição do primeiro-ministro em fim de mandato.
Apesar da falta de experiência na política, sua trajetória no mundo financeiro e sua reputação como líder econômico foram fatores decisivos, segundo analistas, para consolidar sua candidatura.
(Fonte:G1)