Uma manifestação popular com origem no município de Cametá, Nordeste do Pará, na noite de segunda-feira, 12, contra a concessionária de distribuição de energia Celpa começou a ganhar novas adesões também em municípios da região sudeste paraense. Na terça-feira (14), dezenas de moradores protestaram em frente ao escritório da empresa na cidade de Tucuruí. Nesta sexta-feira (16) foi a vez dos moradores de Breu Branco se mobilizarem contra a concessionária.
A sede das Centrais Elétricas em Tucuruí, no sudeste do Pará, foi ocupada por cerca de 400 pessoas. Os manifestantes cobraram melhorias nos serviços e a redução da tarifa cobrada pelo fornecimento de energia na região.
O grupo que ocupou o prédio da concessionária é formado por representantes de bairros, associações e sindicatos. Eles reclamam também que algumas fiscalizações da Celpa são realizadas sem a presença do proprietário do imóvel, de cortes no fornecimento sem comunicação prévia ou sem que haja alguém no local, e de leituras realizadas que estariam erradas.
Leia mais:Em nota, a Celpa se limitou a dizer que está à disposição dos clientes para prestar todos os esclarecimentos necessários a respeito dos valores cobrados na conta de energia elétrica.
Em Tucuruí, os manifestantes pediram que a Celpa dê esclarecimentos sobre o aumento no preço da tarifa, taxa de iluminação pública e outros encargos que estão deixando a conta mensal mais “salgada”. Segundo eles, a região tem uma usina hidrelétrica geradora de energia, onde seus moradores não conseguem usufruir de uma tarifa com preço justo. Também alegam que a companhia de distribuição de energia faz cobranças abusivas, sem explicação e sem respeito nenhum para com o consumidor.
Hoje, o Pará se encontra em 9° lugar no Ranking de tarifas homologadas pela ANEEL, em que o custo médio é de R$ 0,952422 kw/h, sem tributos e outros elementos que fazem parte de sua conta de luz, tais como ICMS, PIS/PASEP e Cofins, Taxa de Iluminação Pública e o adicional de Bandeira Tarifária.
A concessionária já é alvo de uma ação civil pública movida pela promotoria de Justiça de Altamira, no sudoeste do Pará, por dezenas de reclamações dos consumidores que não foram resolvidas desde 2015. A ação pede que a empresa pague mais de R$ 2 milhões em indenização por danos morais coletivos, pela insatisfação que vem causando à população.
“Eu não sei como faço todo mês, pago o atrasado e fica a conta mais nova, não posso ficar sem energia, já tenho duas negociações e quando vem corta minha luz e tenho que parcelar novamente, vendo açaí em meu estabelecimento preciso de energia”, afirma seu André Silva, morador do Bairro Novo, na cidade de Cametá.
Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação contra a Rede Celpa em Tucuruí. “Mas, a expectativa é de que esse número possa crescer ainda mais a partir das próximas mobilizações”, diz um dos organizadores, identificado por Francisco. Foi formada uma comissão por parte dos manifestantes que aguardaram atendimento no escritório local, que passou a manhã de hoje com atendimento suspenso.
Na cidade de Breu Branco a manifestação recebeu o nome de “Fora Celpa” e saiu da Câmara Municipal em direção ao escritório da concessionária na cidade. A mobilização dos usuários está sendo organizada via redes sociais e já reúne centenas de pessoas. (Antonio Barroso, com informações do G1)