Correio de Carajás

Família de paciente morta acusa Hospital Municipal de negligência

Os parentes ficaram de registrar Boletim de Ocorrência sobre o caso para que a polícia investigue a morte e os possíveis responsáveis paguem por isso

Raylane Oliveira procurou socorro no Hospital Municipal e encontrou a morte

Os familiares de Raylane dos Santos de Oliveira, de 30 anos, estão revoltados com o atendimento prestado a ela na madrugada desta quarta-feira (26), no Hospital Municipal de Marabá (HMM). Na noite de terça (25), ao começar a passar mal, ela procurou atendimento na unidade de saúde em busca de socorro, mas acabou encontrando a morte. O caso gerou comoção na cidade, pois Raylane era muito conhecida, principalmente na Nova Marabá, onde residia.

Indignados, os parentes de Raylane pediram a presença do CORREIO para denunciar o que consideram um verdadeiro caso de negligência, que custou a vida da jovem e deixou uma filha adolescente órfã de mãe.

Durante o velório, familiares informaram que iriam registrar Boletim de Ocorrência para que os responsáveis sejam punidos, se ficar comprovado que realmente houve descaso por parte do HMM.

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O que mais entristeceu e revoltou a família foi a negligência no atendimento dado a Raylane Oliveira. “Eu tive que agarrar no braço do médico pra ele atender minha prima”, relatou Poliana Oliveira, prima da vítima. Ela implorou para que o prefeito e as demais autoridades do município abram os olhos para o caos que está o HMM.

Já uma tia de Raylane denunciou que sua sobrinha chegou a ficar deitada no chão do hospital porque simplesmente não tinha maca. Além disso, teriam dado uma medicação para ansiedade, sob a alegação que esse o problema da paciente, quando, na verdade, ela era hipertensa e estava sofrendo um infarto. “A minha sobrinha morreu por negligência médica”, acusa Roseli Nunes de Oliveira, tia da vítima.

Por sua vez, Lindra Nunes de Oliveira, também tia da Raylane, reclama que só levaram ela para a Unidade de Cuidados Especiais (UCE) quando já era tarde demais. “Morrer todo mundo morre, mas existe a morte que é acelerada pela falta de atenção”, observa Lindra, ao reclamar que falta médicos plantonistas. “Que hospital é esse, que não tem um plantonista?”, questiona.

A Declaração de Óbito indica que Raylane morreu de insuficiência respiratória aguda devido a infecção (sepse) e perda de líquidos eletrólitos, que regulam a função dos músculos e mantêm o equilíbrio de água no corpo.

VEREADOR SE MANIFESTA

Em suas redes sociais, o vereador Ubirajara Sompré, que era amigo da vítima, emitiu uma nota de pesar, onde relata que ela chegou passando mal, recebeu soro e foi liberada, mas, antes mesmo de sair do hospital, sofreu uma parada cardíaca e faleceu.

“Tudo indica que houve negligência médica, e não posso me calar diante dessa situação. Vou acompanhar de perto esse caso, exigir a apuração dos fatos e lutar para que os responsáveis sejam punidos. A saúde pública precisa tratar vidas com respeito e responsabilidade! Marabá não pode aceitar que histórias como essa se repitam”, critica o vereador.

PREFEITURA SE CALA

Exatamente às 15h30 desta quarta-feira, o CORREIO solicitou uma nota explicativa da prefeitura, para informar à família e à sociedade sobre o atendimento prestado a Raylane Oliveira, mas, até por volta das 19h30, a prefeitura simplesmente não se manifestou.

(Chagas Filho e Laura Guido/TV Correio (SBT)