No Dia do Repórter, conheça a jornalista que começou no rádio, na Cidade da Luz, e agora atua na TV, na Terra Prometida
A carreira de Carlena Assis no jornalismo começou em 2016, na Rádio Energia FM, em Tucuruí, com um programa de esportes ao lado de dois radialistas. Além da cobertura esportiva, houve a transmissão do Campeonato Paraense de Futebol.
Em 2019, surgiu o convite para ela integrar a equipe de um portal de notícias de Tucuruí, marcando a transição para a produção de vídeos jornalísticos. Sem experiência nesse formato, contou com a orientação da jornalista Lucília Siliprandi, que foi essencial no aprendizado sobre dicção, elaboração de textos, entonação de voz e postura diante das câmeras.
Após quase três anos no portal, foi convidada a trabalhar na TV Correio, em Canaã dos Carajás, o maior grupo de comunicação do interior do estado. A mudança representou um grande desafio, pois envolveu não apenas a transição do digital para a televisão, mas também a necessidade de deixar a cidade natal e a família para seguir um novo caminho profissional.
A trajetória de Carlena Assis foi marcada por desafios, mas sempre motivada pela paixão pela comunicação. Com o tempo, a experiência confirmou a certeza de estar na profissão certa. “Eu queria essa profissão, depois a profissão me escolheu, e eu simplesmente me apaixonei por ela”, confessa.
Entre as coberturas mais marcantes ela destaca o resgate de três garimpeiros soterrados em uma mina em Canaã dos Carajás. Foram momentos de tensão e aflição para todos os envolvidos. A equipe de reportagem foi a primeira a chegar ao local e acompanhou toda a operação, desde o desespero dos familiares até a mobilização das equipes de resgate. O contato com a mãe de um dos garimpeiros, que temia pelo pior, trouxe uma dimensão ainda mais humana à cobertura. O ponto mais emocionante foi testemunhar a saída dos trabalhadores com vida após mais de 40 horas presos dentro das galerias.
A construção da notícia exigiu um processo complexo e foi dividida em duas partes. Além do resgate, houve a morte de um garimpeiro que participava da operação. A cobertura contou com uma live informativa conduzida em parceria com o jornalista Jamerson Santos, sem sensacionalismo, para atualizar o público em tempo real. O primeiro garimpeiro foi resgatado poucos minutos após o início da transmissão, e os demais saíram depois. Logo após a retirada do último sobrevivente, ainda durante a live, veio a informação da morte do trabalhador, vítima de uma descarga elétrica. A divisão das informações foi fundamental para organizar a reportagem e garantir uma cobertura completa.
O jornalismo já exigiu mais do que profissionalismo em diversas ocasiões. Em uma cobertura na delegacia, registrando a prisão de um vereador em Canaã dos Carajás, a equipe foi coagida por assessores do político para que não houvesse gravação do momento. Foi necessário manter a calma e agir com firmeza para garantir a execução do trabalho.
A experiência no jornalismo trouxe crescimento profissional e pessoal. O amadurecimento vem da prática diária, seja na TV ou no rádio, aprimorando constantemente o aprendizado teórico. Compartilhar esses conhecimentos adquiridos ao longo da carreira é motivo de orgulho.
Apesar das mudanças na forma de consumir informação com o crescimento das redes sociais, o jornalismo segue essencial para garantir o acesso à informação de qualidade. O papel do jornalista continua sendo investigar, contextualizar e fornecer notícias que auxiliem a sociedade a tomar decisões conscientes. Em tempos de fake news e manipulação de dados, a profissão mantém sua relevância, adaptando-se às novas plataformas e demandas do público. O jornalismo não perdeu sua importância, mas está em constante transformação para continuar cumprindo seu papel na sociedade.
(Theíza Cristhine)
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