A gestão do prefeito Toni Cunha não tem do que reclamar. Os meses de janeiro e fevereiro serão os mais endinheirados da história da Prefeitura de Marabá em relação à cota-parte da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), cujos valores são repassados pela ANM (Agência Nacional de Mineração).
O engenheiro de minas e jornalista André Santos, consultor sobre o assunto para vários sites de notícia, observa que a bolada que Marabá deve receber por volta do dia 10 deste mês será a maior da série histórica de royalties de mineração para o município. Segundo ele, a conta bancária da prefeitura será irrigada com extraordinários R$ 27 milhões de uma só vez. “É praticamente a arrecadação líquida de um ano inteiro do município paraense de Bannach, no sul do estado, em um só dia”, compara.
André observa que em fevereiro, proporcionalmente, Marabá recebe mais do que Parauapebas e Canaã dos Carajás, com um salto de 71,5%, passando de R$ 15,86 milhões no mês passado para R$ 27,2 milhões agora. Por conta dessa expressiva arrecadação, ele já cunhou um novo apelido para Marabá: “Capital do Cobre”.
Leia mais:Santos explica que, caso não tenha havido erro de lançamento de boletos da Cfem por parte da ANM, Marabá assume o posto de 3º município brasileiro que mais arrecada royalties no Brasil, atrás somente dos vizinhos Parauapebas e Canaã dos Carajás, e supera todas as praças do estado de Minas Gerais. “Esse apogeu da Cfem de Marabá eu previ em 2012, em um estudo que fiz à época e entreguei à Secretaria de Mineração de Marabá. O sucesso de Salobo, com suas expansões, faz Marabá viver um momento financeiro inacreditável para 13 anos atrás”, lembra.
Em janeiro, a ANM divulgou os valores da cota-parte dos municípios afetados pela mineração, tendo Marabá sido o maior arrecadador nacional, com expressivos R$ 2,8 milhões. Isso eleva a arrecadação do município para expressivos R$ 45,8 milhões nos dois primeiros meses do ano de 2025.
Parauapebas e Canaã
A cota-parte da Cfem que vai cair na conta da Prefeitura de Parauapebas nos próximos dias virá menor que em janeiro. Mas o resultado veio “menos pior” que o esperado, após confusão no sistema da Agência Nacional de Mineração (ANM), que equivocadamente jogou os royalties de Parauapebas para R$ 144,6 milhões, mas depois corrigiu a miragem.
Depois do dia 10, vão ser despejados na Capital do Minério R$ 72,47 milhões em royalties, 6,5% a menos que os R$ 77,55 milhões do mês passado. São aproximadamente R$ 5,1 milhões abaixo do faturamento de janeiro e que sumiram em razão de uma produção física de minério de ferro em dezembro inferior à de novembro.
Por outro lado, a Prefeitura de Canaã dos Carajás aumentará sua receita de Cfem este mês para R$ 73,66 milhões, 5% acima dos R$ 70,12 milhões de janeiro. Com esse resultado, a Terra Prometida volta a superar a Capital do Minério. Nesse confronto de titãs, Canaã deve superar Parauapebas em definitivo este ano, considerando-se o montante de royalties derivados exclusividade de produção mineral. (Redação com informações do Blog do Zé Dudu)