O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (6) que vai retirar o país da “Nova Rota da Seda”, um projeto da China que financia obras para melhorar a conectividade e a cooperação econômica com outras nações.
A iniciativa foi criada em 2013 e tem um orçamento trilionário para construir e reformar estradas, ferrovias, portos, aeroportos, redes de energia e telecomunicações. A saída do Panamá ocorre sob pressão do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou tomar o controle do Canal do Panamá com a desculpa de que o local estaria sob domínio chinês.
Mulino afirmou que a embaixada do Panamá em Pequim “apresentou o documento correspondente” para “anunciar o cancelamento com 90 dias de antecedência”, como estabelece o acordo.
Leia mais:Ele negou exigência dos Estados Unidos — na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, se reuniu com presidente panamenho na Cidade do Panamá.
“Essa é uma decisão que tomei”, disse Mulino.
Também conhecida como “Cinturão e Rota”, a “Nova Rota da Seda” é um programa do governo da China para financiar obras e investimentos em países da América Latina e de outras partes do mundo. Com orçamento de trilhões de dóladres, o programa começou em 2013 mas vem se fortalecendo nos últimos anos.
Mulino nega passe livre dos EUA
Também nesta quinta, o governo panamenho e a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) negaram que embarcações dos EUA tenham “passe livre” pela hidrovia, desmentindo afirmação do Departamento de Estado americano.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, chamou a afirmação do órgão do governo americano de “intolerável” e uma “falsidade absoluta”. Mulino também pediu ao embaixador do país nos EUA tomar “atitudes firmes” para lidar com a situação.
“Tenho que rejeitar essa declaração do Departamento de Estado porque ela se baseia em uma falsidade. (…) Isso é intolerável, simplesmente intolerável. E hoje o Panamá está expressando ao mundo a minha rejeição absoluta de continuarmos a explorar as relações bilaterais com base em mentiras e falsidades”, afirmou Mulino.
(Fonte:G1)