Está marcada para o dia 7 de agosto a sessão do tribunal do júri que colocará no banco dos réus o tatuador Willian Araújo Sousa, o “Will”. Ele é acusado de assassinar a colega de profissão, Flávia Alves Bezerra. O crime aconteceu em 15 de abril de 2024 e foi solucionado 10 dias depois. O réu responderá por feminicídio e ocultação de cadáver. Até hoje “Will” permanece “mudo”, nunca confessou, nem negou a acusação.
Junto com o Ministério Público, atuarão como assistentes de acusação, os advogados Arnaldo Ramos de Barros Júnior e Diego Souza. Procurado pela reportagem, Arnaldo Ramos disse que ele e seu colega Diego Souza trabalharão no sentido de que a justiça seja feita.
“Foi um crime bárbaro, um feminicídio, que além de chocar a cidade de Marabá, desestruturou uma família inteira. Por mais que haja uma condenação, com todas as garantias constitucionais e processuais, um dia ele (o réu) vai ser solto e vai poder se recompor, já a vítima jamais sairá de onde foi por ele colocada; pra ela não haverá progressão de regime”, argumenta Arnaldo Ramos, que tem larga experiência em grandes causas no Estado do Pará.
Leia mais:Por outro lado, a defesa de Willian Araújo Sousa é patrocinada pela advogada Cristina Longo. Em contato como o CORREIO, ela assegura que sua atuação no júri será técnica, pois está sendo minuciosamente elaborada. “A defesa se posiciona de maneira eficaz, com a intenção de assegurar que o réu tenha um julgamento justo e imparcial”, declarou.
Além de “Will”, a companheira dele, Deidyelle de Oliveira Alves, e seu irmão Dayvid Oliveira também estão envolvidos no caso, mas eles não participarão do júri popular. Deidyelle não vai por conta do recurso interposto por sua defesa no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), que ainda aguarda julgamento. Já seu irmão Deivid Oliveira aguarda o regular trâmite processual.
O advogado José Rodrigues, que, junto com o colega Israel Ribeiro, defende Deidyelle e Dayvid, explicou que o recurso visava também o desmembramento do processo, fato esse que já foi alcançado. A defesa explica que caso o recurso não seja provido no TJPA, planeja ingressar com recursos em tribunais superiores a fim de provar a inocência de sua cliente.
“Will” matou Flávia Alves estrangulada dento do carro dele, durante uma carona. Depois, com ajuda de Deidyelle e do irmão dela, enterrou o corpo da vítima em cova rasa, numa vicinal que fica na fronteira entre os municípios de Nova Ipixuna e Jacundá. Até hoje ninguém sabe qual foi a motivação do crime.
(Chagas Filho)