Em 7 de maio de 2022, Isabelly de Oliveira Assumpção, de três anos, morreu afogada em uma máquina de lavar roupas, em Cascavel, no oeste do Paraná. De acordo com informações iniciais da Polícia Militar, a madrasta da menina, Suzana Dazar dos Santos, foi quem encontrou o corpo e chamou o socorro. No entanto, o Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou, na última sexta-feira (24), a madrasta de Isabelly por homicídio qualificado.
Segundo a denúncia apresentada pelo MPPR e aceita pela Justiça, em 14 de janeiro, a mulher teria deliberadamente preparado as condições para o afogamento da enteada.
Os nomes de Isabelly de Oliveira Assumpção e Suzana Dazar dos Santos foram divulgados pelo g1.
Leia mais:Como aconteceu?
Segundo o MP, a madrasta posicionou um banco de plástico em frente à máquina de lavar, que estava cheia de água, e colocou brinquedos dentro do eletrodoméstico. Em seguida, teria incentivado Isabelly a brincar com os objetos, deixando-a sozinha na lavanderia, sem supervisão, por tempo suficiente para que a tragédia ocorresse.
A denúncia aponta que o crime foi motivado por ciúmes e pelo sentimento de posse que Suzana nutria em relação ao pai da criança. A promotoria afirma que a madrasta acreditava que a relação próxima entre o pai de Isabelly e a mãe da menina estaria prejudicando o relacionamento do casal.
Para o Ministério Público, Suzana “tinha plena consciência do risco ocasionado por suas condutas e assumiu o risco de ocasionar a queda da vítima no interior da máquina de lavar roupas e seu afogamento”.
O caso ocorreu na véspera do Dia das Mães. Na ocasião, Isabelly estava passando o fim de semana na casa do pai e sendo cuidada pela madrasta, enquanto o homem trabalhava.
A denúncia apresentada pelo MP destaca que o crime foi praticado por motivo torpe, com emprego de asfixia e no contexto de violência doméstica e familiar.
Caso corre em sigilo
Conforme informações do g1, a defesa de Suzana afirma que o caso foi um acidente e que não há indícios de intenção de matar. “A madrasta e a enteada tinham uma boa relação, não há elementos que provem dolo. Infelizmente, acidentes acontecem, independentemente de quem cuida da criança”, alega a defesa.
Já a defesa da mãe de Isabelly sustenta que o crime foi premeditado. “Ela preparou toda uma situação para que o crime acontecesse: o banquinho, os brinquedos na água e a ausência de supervisão. Tudo leva a crer que foi deliberado”, afirmou o advogado Alexander Beilner ao g1.
Ainda segundo o portal, a Justiça aguarda o prazo de dez dias para que a defesa da acusada se manifeste. Caberá ao juiz criminal decidir se mantém a denúncia como homicídio qualificado com dolo eventual, o que levaria Suzana a júri popular, ou se haverá alterações no enquadramento do caso. O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Cascavel e segue sob sigilo.
(Fonte: Diário do Nordeste)