Uma das primeiras medidas do governo de Toni Cunha na Prefeitura de Marabá em 2025 foi a demissão de estagiários que estavam lotados na Fundação Casa da Cultura, medida alardeada pelo prefeito em suas redes sociais como positiva. Ocorre que parte desse efetivo era formado por acadêmicos de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), operacionalizando e qualificando o atendimento no Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira. A instituição federal veio a público agora, por nota, repudiar a atitude do gestor, entendida como um retrocesso no apoio aos estudantes, assim como à qualidade do atendimento no Museu.
Leia a íntegra da nota publicada pela Unifesspa:
“Nota de REPÚDIO
Leia mais:Contra a demissão dos estagiários do Museu Municipal Francisco Coelho, em Marabá, composta por alunos do curso de História da UNIFESSPA.
A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), por meio de sua comunidade acadêmica e, em especial, da Faculdade de História (ICH) e do Programa de Pós-Graduação em História, vêm a público manifestar seu repúdio à demissão dos estagiários do Museu Municipal Francisco Coelho, em Marabá, composta por alunos do curso de História desta instituição.
A decisão de desligar esses estagiários representa não apenas uma afronta à formação prática e à experiência profissional desses estudantes, mas também uma desvalorização do papel crucial que o Museu Municipal Francisco Coelho desempenha como espaço de preservação da memória, da cultura e da educação.
Esses jovens não estavam apenas desempenhando funções operacionais; eles eram agentes ativos na mediação entre a história, o patrimônio cultural e a sociedade, contribuindo significativamente para a difusão e proteção de nosso legado histórico.
O estágio é uma etapa essencial na formação dos nossos alunos e alunas, permitindo que eles e elas conectem a teoria aprendida em sala de aula à prática profissional. A demissão não só interrompe esse processo formativo, como também precariza ainda mais o já frágil cenário das instituições culturais em nossa região.
Reforçamos que decisões como essa evidenciam a negligência com os direitos dos estudantes e a desatenção com os espaços de memória e cultura. Em tempos em que a preservação do patrimônio histórico e cultural deveria ser uma prioridade, ações como esta enfraquecem a capacidade de oferecer à comunidade um serviço cultural de qualidade.
Apelamos às autoridades responsáveis pelo Museu Municipal Francisco Coelho e aos gestores públicos de Marabá que reconsiderem essa decisão, dialoguem com os envolvidos e priorizem a valorização dos estagiários e do trabalho que desenvolvem. Além disso, solicitamos que alternativas sejam encontradas para garantir a continuidade das atividades de estágio, fundamentais tanto para a formação dos alunos quanto para o enriquecimento do patrimônio cultural local.
Seguiremos mobilizados, cobrando esclarecimentos e defendendo a educação, a cultura e a memória como pilares de uma sociedade justa e democrática.
Marabá, 15 de janeiro de 2025.
Faculdade de História – Unifesspa
Programa de Pós-Graduação em História – Unifesspa”