Correio de Carajás

Darci deu calote de R$ 4 milhões em servidores e bancos por empréstimos consignados

Ex-prefeito descontava empréstimos no contracheque de servidores municipais, mas não repassava valores ao Banco do Brasil e Bradesco, gerando apropriação indébita

Darci Lermen deixou o município endividado e servidores com nomes sujos

O final do quarto mandato de José Darci Lermen (PT) à frente da Prefeitura de Parauapebas foi catastrófico. Além da dívida com fornecedores, contas reprovadas pela Câmara Municipal, máquina pública sucateada e baixa popularidade, nesta terça-feira (21), uma revelação que afeta o município e servidores: o prefeito cometeu apropriação indébita de empréstimos consignados dos servidores junto a dois bancos.

Na tarde desta terça-feira, o atual prefeito, Aurélio Goiano, usou suas redes sociais para informar a comunidade que a Prefeitura foi notificada extrajudicialmente pelo Bradesco e Banco do Brasil devido a dívidas referentes aos consignados dos servidores públicos municipais.

As cartas enviadas pelos dois bancos revelam que os valores descontados dos salários dos servidores nos meses de novembro e dezembro de 2024 não foram repassados às instituições financeiras, gerando um débito acumulado de R$ 4.163.261,39.

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Somente a dívida com o Banco do Brasil chega ao montante de R$ 610.111,29, enquanto com o Bradesco o valor ultrapassa R$ R$ 3,4 milhões. “É apropriação indébita. Isso traz prejuízo aos servidores que confiaram no sistema e agora enfrentam dificuldades com suas contas consignadas em aberto”, afirmou Aurélio Goiano.

O prefeito enfatizou que a situação é resultado de uma “irresponsabilidade da gestão passada”, que comprometeu os repasses obrigatórios, colocando o município em situação de inadimplência com os bancos e prejudicando a credibilidade da prefeitura junto às instituições financeiras e aos próprios servidores.

A Procuradoria Geral do Município informou que adotará as medidas legais necessárias para responsabilizar Darci Lermen e outros ordenadores de despesas pelos atrasos. A atual gestão também busca soluções para regularizar a dívida, mesmo diante da falta de dotação orçamentária e recursos financeiros disponíveis.

“Nosso compromisso é com a justiça e a transparência. Estamos enfrentando essa situação para garantir que os servidores não sejam ainda mais prejudicados e para que o município recupere sua credibilidade”, concluiu Aurélio Goiano.