Correio de Carajás

Número de desaparecidos em Marabá tem queda significativa em 2024

No total, foram registrados 49 desaparecimentos em 2023 e 31 em 2024, representando uma baixa de 36%

Número de desaparecidos registrou redução de 36% em 2024

Segundo os dados repassados pelo Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), em Marabá, 49 casos envolvendo desaparecidos foram registrados no ano de 2023, enquanto em 2024 o número caiu para 31, equivalendo a uma redução de 36%. O maior índice de desaparecimentos ocorreu na faixa etária entre 35 e 64 anos, com 16 casos em 2023 e 9 em 2024. Adolescentes e jovens entre 12 e 24 anos também representaram uma parcela significativa, com 14 desaparecidos em 2023 e 9 em 2024. Os dados foram obtidos junto à Polícia Civil de Marabá.

A realidade dos desaparecimentos no Brasil ainda desafia o poder público em todo o país, como demonstra os dados do Anuário da Segurança Pública 2024. Em 2023, foram registrados 82.216 mil casos de procurados em todo o território nacional. No ano seguinte, mais de 66 mil pessoas desapareceram no país, como observa o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

PARÁ

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No Pará, em 2023, foram registrados 1.305 desaparecimentos, dos quais apenas 382 pessoas foram localizadas, algumas com desfechos trágicos. Apesar da confiabilidade das informações, podem ocorrer inconsistências, já que muitas famílias não formalizam a localização do desaparecido junto à delegacia.

O tema é delicado, e envolve uma verdadeira força-tarefa, pois encontrar pessoas desaparecidas é um desafio complexo que envolve fatores sociais, tecnológicos e institucionais.

A primeira dificuldade é a ausência de informações imediatas e precisas. Muitas vezes, os momentos iniciais após o desaparecimento são cruciais, mas familiares ou testemunhas hesitam em acionar as autoridades, seja por desconhecimento ou medo.

Outro impedimento, é a fragmentação das informações sobre desaparecidos entre diferentes órgãos, dificultando o cruzamento de dados. Além disso, os avanços tecnológicos, como reconhecimento facial e geolocalização, ainda não são acessíveis ou padronizados no país.

Há, também, os desafios emocionais e sociais. As famílias enfrentam a angústia de não ter respostas do familiar, e a busca se torna dificultada pelo estigma associado a determinados grupos, como pessoas em situação de rua ou envolvidas em outras atividades criminosas.

IA RECRIA FOTOS DE DESAPARECIDOS

Uma campanha realizada pela empresa Piracanjuba foi lançada em outubro de 2024, no Brasil. Quem frequentou os supermercados pôde notar a novidade: nas embalagens de leite, estavam estampados os rostos de 19 pessoas desaparecidas. Apesar de ser uma iniciativa inédita no Brasil, ações semelhantes são bastante comuns em outros países.

O projeto é fruto de uma parceria entre a marca e o Movimento Mães da Sé, conforme divulgado pela CNN, e busca auxiliar as famílias dos desaparecidos. A combinação de inteligência artificial, tecnologia e o alcance da marca deu vida à iniciativa.

Além de IA, as estampas contam com a colaboração de um especialista em projeção de idade.

As estampas possuem dados pessoais do desaparecido, e a imagem de como ele estaria atualmente

SAIBA MAIS

Em Marabá, uma lei voltada para a localização de pessoas desaparecidas foi sancionada em 2 de outubro de 2024. Denominado Cadastro Municipal de Pessoas Desaparecidas (CMPD), o programa pretende agilizar as buscas por desaparecidos, o plano se restringe somente aos desaparecidos em Marabá. O cadastro é realizado pelas famílias dos procurados, e deve conter nome.

O órgão responsável reunirá todos os dados do desaparecido e manterá as informações atualizadas com base em notícias obtidas pelo Poder Executivo Municipal. O cadastro é realizado na Secretaria Municipal de Assistência Social (Seaspac) e é exclusivo para aqueles que têm registro em órgãos de segurança pública federais, estaduais ou municipais.

(Milla Andrade)