O estado do Pará, conhecido por sua vasta extensão territorial e rica diversidade cultural, possui dez municípios que se destacam tanto pelo tamanho da população quanto pela relevância/dependência do Programa Bolsa Família. Essas cidades concentram uma parcela expressiva dos beneficiários, evidenciando a importância do auxílio social em diferentes realidades do estado.
Em análise realizada por este CORREIO, se observa que Belém lidera o ranking com 1.398.531 habitantes. E, também, ocupa o primeiro lugar em relação ao número de beneficiários. Em 2024, mais de 170 mil famílias foram atendidas, totalizando repasses superiores a R$ 1.429.390.377. Apesar de ser a maior cidade do Estado, a elevada quantidade de famílias atendidas (12,2% da população), revela um índice significativo de pobreza urbana, uma característica comum em grandes centros brasileiros.
Outra da lista é Ananindeua, um dos principais municípios da região paraense, também está entre os que possuem mais beneficiários. Com 10,2% da população atendida, a cidade recebeu mais de R$ 390 milhões de transferências, reforçando a posição como uma das áreas mais assistidas da região metropolitana da Capital.
Leia mais:No oeste do Estado, Santarém, terceiro maior município em população, também se destaca. Em 2024, o Bolsa Família repassou mais de R$ 437 milhões para o município, abrangendo cerca de 13,9% da população. Mesmo sendo um importante polo econômico da região, o percentual demostra que uma quantidade da população ainda sofre por conta da condição monetária.
Com mais de 200 mil habitantes, Parauapebas é notável pela força econômica da mineração, mas também pelos números do Bolsa Família, tendo recebido um total de R$ 196.860.163,00 em repasses em 2024. Apesar da atividade financeira intensa, 8% da população é favorecida pelo programa, evidenciando bolsões de pobreza associados à desigualdade.
FATOR SEMELHANTE: DEPENDÊNCIA
Com pouco mais de 280 mil habitantes, Marabá recebeu R$ 262.937.000,00 em repasses. O percentual é de 10,8% da população atendida. A cidade exemplifica como o Bolsa Família complementa ou é a única fonte de renda de 31.443 famílias que vivem em regiões periféricas da cidade.
Em Castanhal, município agrícola com pouco mais de 207 mil habitantes, 22 mil famílias recebem verba do programa, somando mais de R$ 180 milhões em repasses. Aproximadamente 11% da população depende do programa, refletindo a persistência de desigualdades.
Na análise, os municípios de Abaetetuba e Cametá apresentam índices de maior dependência, com 23,6 e 22,9% das populações beneficiadas, respectivamente. Barcarena, registra o percentual, 13% e Altamira 10,9%.
IMPACTO REGIONAL
Juntos, esses municípios concentram as maiores populações e um elevado número de beneficiários do Bolsa Família no estado. O programa não só garante suporte financeiro às famílias em situação de vulnerabilidade, mas também ajuda a reduzir desigualdades em uma região marcada por contrastes econômicos e sociais.
Cidades populosas como Belém, Santarém e Ananindeua, além de municípios economicamente estratégicos como Parauapebas e Barcarena, destacam a relevância do programa. Em localidades com altos índices de pobreza, como Abaetetuba e Cametá, o Bolsa Família desempenha um papel essencial como ferramenta de justiça social.
Os dados revelam um panorama preocupante em muitos municípios, com elevados índices de dependência do programa. Regiões como Abaetetuba e Cametá indicam situações críticas, com mais de 20% das populações atendidas. Já cidades com forte dinamismo econômico, como Parauapebas, reforçam que o crescimento econômico, por si só, não é suficiente para erradicar a pobreza.
(Milla Andrade)