Desde as 5 horas desta terça-feira (3), integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam a Estrada de Ferro Carajás (EFC), no trecho de Parauapebas.
Conforme o MST, a ação marca a adesão do movimento às mobilizações que estão sendo organizadas em 11 municípios ao longo do corredor da ferrovia, que vai de Parauapebas, no Pará, a São Luís, no estado do Maranhão.
O principal objetivo, segundo o MST, “é lutar pelos direitos do povo, que estão sendo negados pela mineradora Vale”. A ocupação integra a Jornada de Luta por Direitos e Reforma Agrária Popular.
Leia mais:Um comunicado emitido pelo MST contém oito exigências para que haja o desbloqueio da ferrovia:
1- A imediata devolução de terras não mineráveis sob posse ilegal da empresa Vale para fins de Reforma Agrária, assim como a aquisição de mais de 100 mil hectares de terras para assentar famílias acampadas e cadastradas pelo INCRA;
2- A criação de um Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico, sob controle social dos recursos do CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), para o enfrentamento às mazelas provocadas pelo modelo mineral;
3- A adoção imediata de um programa de habitação popular para a construção de 10.000 (dez mil) casas, para fazer frente ao déficit de moradia no município de Parauapebas;
4- A criação imediata de um Programa de Transferência de Renda, no valor de 1.000 reais por famílias em estado de vulnerabilidade social, em especial, as famílias chefiadas por mulheres;
5- Investimento massivo em programas de reflorestamento, recuperação de nascentes e da adoção da agroecologia em larga escala, nos municípios direta e indiretamente atingidos pela mineração;
6- Pagamento imediato do CFEM e de outros tributos, fruto de sonegação fiscal ou práticas semelhantes que sejam destinados para os cofres públicos de todos os municípios que são direta e indiretamente atingidos pela mineradora Vale;
7- Reparação pelas tragédias ambientais provocadas pela mineradora Vale, em especial às vítimas de Brumadinho e Mariana, em Minas
8- Criação de uma Força Tarefa do Governo Federal e Estadual.
O portal Correio de Carajás solicitou nota à mineradora Vale. Leia na íntegra:
“A Estrada de Ferro Carajás (EFC) foi interditada por manifestantes do MST na madrugada desta terça-feira (3/12), em Parauapebas. As reivindicações não têm relação com a operação ferroviária da Vale. Devido ao ato de abrupta interdição, a viagem do Trem de Passageiros, no sentido Parauapebas (PA) – São Luís (MA) teve que ser suspensa por questão de segurança. A circulação de trens de carga também foi impactada. A Vale reitera seu compromisso com a segurança das pessoas e com as operações e adotará as medidas legais cabíveis. Os passageiros podem remarcar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem no prazo de até 30 dias. Mais informações podem ser solicitadas por meio do canal Alô Vale (0800 285 7000).”
(Theíza Cristhine)