Mensagens obtidas pela Polícia Federal em celulares dos militares investigados por articular um golpe de Estado em 2022 indicam que, naquele ano, o grupo chegou a se posicionar nas ruas de Brasília para uma “ação clandestina” – que teria como alvo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
As mensagens constam na representação da Polícia Federal que levou às prisões de quatro militares do Exército e um policial federal nesta quinta, na operação Contragolpe. Os mandados foram autorizados por Moraes no inquérito que apura a tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.
Os militares, segundo a PF, usaram um chat privado no aplicativo Signal para evitar interceptação. O grupo de mensagens se chamava “copa 2022”.
Leia mais:“As mensagens trocadas entre os integrantes do grupo ‘copa 2022’ demonstram que os investigados estavam em campo, divididos em locais específicos para, possivelmente, executar ações com o objetivo de prender o Ministro Alexandre de Moraes”, afirma a PF.
Pelo menos seis pessoas participaram do plano no dia 15 de dezembro de 2022, segundo a PF.
Às 20h33 daquele dia, um dos integrantes envia mensagem dizendo estar no estacionamento de um restaurante no Parque da Cidade, na área central de Brasília. “Estacionamento da troca da primeira vez”, diz, como uma referência.
“Tô na posição”, diz outro membro do grupo em resposta.
“Ok. Qual a conduta?”, pergunta a pessoa que estava no estacionamento.
“Aguarde”, diz um terceiro membro do grupo.
Os interlocutores também conversam entre si por ligações de áudio – o conteúdo não foi recuperado, mas imagens registram que os telefonemas ocorreram.
Às 20h57, um quarto membro do grupo envia: ““Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?”
Cerca de dois minutos depois, um quinto participante – apontado pela Polícia Federal como uma “liderança do grupo” – confirma o cancelamento da operação.
“Abortar… Áustria… volta para local de desembarque… estamos aqui ainda…”, diz a mensagem.
(Fonte:G1)