Correio de Carajás

Moradores do Cidade Jardim recorrem ao MPPA por solução

Situação segue insustentável, segundo os moradores do loteamento urbano

Complexo Cidade Jardim tem sofrido com desabastecimento após colapso do sistema

O loteamento Cidade Jardim em Marabá enfrenta uma crise hídrica que já se arrasta por uns longos meses. Porém, o problema tem tomado proporções alarmantes, como casas que estão há mais de sessenta dias sem água na torneira, levando a população a um limite inaceitável.

A triste – e constante – realidade dos moradores fez com que representantes do bairro recorressem ao Ministério Público do Estado do Pará para que uma solução eficaz fosse encontrada, já que a falta de água tem se agravado, gerando um impacto gigantesco na qualidade de vida da população local, gerando um cenário caótico.

A promotora de Justiça Mayanna Silva de Souza Queiroz analisou o caso do Cidade Jardim e considerou acompanhar a adequação dos serviços de infraestrutura do residencial, realizando recomendações urgentes para a “Buriti” (nome fantasia da empresa responsável pelo loteamento), Cosanpa e Prefeitura de Marabá.

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Porém, segundo a presidente da Associação dos Moradores, apenas uma recomendação está sendo feita: do caminhão pipa. De acordo com Kátia Torres, representante do bairro, a empresa Buriti continua comercializando lotes, o que não deveria acontecer. “Segue do mesmo jeito e as construções no loteamento também”.

Para a empresa Buriti, a promotora recomendou a suspenção imediata da comercialização de lotes, até que seja regularizado o serviço essencial á dignidade da pessoa humana: a água.

Além disso, a promotora recomendou que seja apresentado, em um prazo de trinta dias, um Plano de Saneamento e Recursos Hídricos; e fornecer um caminhão pipa para auxiliar no abastecimento emergencial de água no loteamento até a implementação e operacionalização do sistema de abastecimento de água.

Para a Companhia de Saneamento do Estado do Pará (Cosanpa), o MPPA recomendou que a autarquia promova medidas urgentes para operacionalizar e adequar o serviço de abastecimento e fornecimento de água no loteamento Cidade Jardim. Do mesmo modo, recomendou que seja realizada a prestação de contas das tarifas recolhidas, informando o período, valor, aplicação e as melhorias implementadas no sistema de abastecimento de água no prazo de 30 dias.

“Apresentar a justificativa da paralisação do serviço de saneamento do loteamento Cidade Jardim, informando se o município foi notificado para reassumir o serviço, apresentando a documentação, considerando o Convênio de Cooperação Federativa assinado com o município de Marabá no prazo de trinta dias”, diz um trecho da recomendação.

À Prefeitura de Marabá foi recomendado que sejam tomadas medidas envolvendo a Cosanpa, acompanhando efetivamente o procedimento de concessão do serviço de saneamento. Além disso, o MPPA solicitou que o Poder Executivo também forneça dois caminhões pipa para auxiliar no abastecimento da água no residencial.

Direcionando uma recomendação específica à Superintendência de Desenvolvimento Urbano de Marabá (SDU), a promotora recomenda que seja feita a revisão administrativa do loteamento por conta da insuficiência da estrutura básica do bairro, que não está atendendo a demanda atual e projetada.

O CORREIO entrou em contato com a Prefeitura de Marabá, com a Cosanpa e com a Buriti. Como diz aquele ditado “se não fosse trágico, seria cômico”, mas ninguém respondeu qual será a solução para que os moradores do Cidade Jardim tenham água na torneira.

Segue abaixo a íntegra das notas enviadas.

NOTA PREFEITURA DE MARABÁ

“A Prefeitura de Marabá, por meio do Serviço de Saneamento Ambiental (SSAM), informa que dois caminhões-pipa realizam o abastecimento de água no Residencial Cidade Jardim de maneira ininterrupta a fim de atenuar questões referentes à falta de água no local.”

NOTA DA COSANPA

“A Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) informa que o sistema de abastecimento de água do Loteamento Cidade Jardim não é operado pela Companhia. Em atendimento à recomendação do Ministério Público do Pará, a Cosanpa disponibiliza 2 caminhões-pipas para fornecimento de água e apoio técnico necessário para a adequação do serviço.”

BURITI

A empresa Buriti não enviou nota. Mas, por telefone a gerente da empresa, Chaliane Lira, negou que lotes estejam sendo comercializados (como disse a presidente da Associação) e afirmou que todas as recomendações do MPPA estão sendo acatadas. “Estamos fazendo todas as recomendações do Ministério Público. Não estamos realizando a venda de lotes, mas nosso escritório está funcionando normalmente dando apoio aos clientes e realizando outras demandas, mas venda não estamos fazendo. E se souberem que estão vendendo lotes em nome da empresa é fraude, não somos nós”, disse.

(Da Redação)